Entre 645 cidades, Taboão e região têm toque de recolher das 23h às 5h até dia 14

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Pirajuçara com o comércio todo fechado no início da pandemia, em março de 2020; um ano depois, Estado tem 'toque de restrição' contra aglomerações | Verbo

ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em São Paulo

A partir desta sexta-feira (26), as 645 cidades do Estado de São Paulo entram em toque de recolher das 23h até as 5h diariamente até o dia 14 de março para coibir aglomerações e conter o agravamento da disseminação da covid-19. O governo João Doria (PSDB) chama a medida de “toque de restrição” ao dizer que não vai impedir os cidadãos de circular nas ruas, mas apenas restringir condutas. Na prática, a ação muda pouco o que já está em vigor.

O governo fala em reforço do plano estadual da quarentena, que já veta, por exemplo, o funcionamento de bares e restaurantes após as 22h mesma na fase mais branda, a amarela, na qual se encontra a Grande São Paulo, composta pela capital e mais 38 municípios, incluídos os da região. Como ninguém será impedido de circular, até por conta de que muitas pessoas se deslocam ao ir e vir do trabalho à noite, o foco são bares e festas irregulares.

No anúncio do “toque de restrição”, na quarta-feira (24), o Centro de Contingência da Covid-19 apontou que é durante à noite que o risco de contaminação sobe, principalmente pelo consumo de bebida alcoólica, que levaria ao menor uso de máscara e observância do distanciamento. Na prática, o governo vai endurecer a fiscalização contra aglomerações em qualquer horário e eventos ilegais ou proibidos aos finais de noite e madrugadas.

Os serviços essenciais continuarão a funcionar normalmente durante qualquer período, inclusive o horário restrito. Também não haverá advertência, multa ou impedimento à circulação de trabalhadores, frisou o governo. “A restrição estabelecida é fundamentalmente para evitar eventos e situações onde pessoas participam de aglomerações desnecessárias, multiplicam a contaminação e ampliam a possibilidade de óbitos”, declarou Doria.

O coordenador do Centro de Contingência, Paulo Menezes, apontou alta significativa no número de internações por covid em São Paulo nas últimas semanas, principalmente em relação a pacientes graves. Até o início da tarde de quarta, 6.657 pacientes estavam internados em leitos intensivos, recorde negativo desde o início da pandemia. Na segunda (22), 69% dos leitos de UTI para covid no Estado estavam ocupados. Na Grande São Paulo, 69,3%.

“Temos previsão bastante preocupante que é poder esgotar os recursos de leitos de UTI em aproximadamente três semanas”, declarou Menezes. Ele citou duas possibilidades para o agravamento da pandemia, o grande número de aglomerações e festas clandestinas desde dezembro e a circulação de novas variantes do vírus. “Hoje, estamos pagando um preço caro. Vidas se perderam e estão sendo perdidas em função de aglomerações”, disse Doria.

O Estado promete ampliar a fiscalização da Vigilância Sanitária em conjunto com as prefeituras. Equipes do Procon e das forças policiais vão atuar em conjunto para coibir a abertura de estabelecimentos não essenciais no período de restrição e os eventos ilegais. Os fiscais vão multar comércios e empresas que descumprirem as regras. O governo vai receber denúncias sobre festas clandestinas e funcionamento irregular pelo telefone 0800-7713541.

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