ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Itapecerica da Serra
O prefeito Francisco Nakano (PL) e a Câmara dos Vereadores, com o apoio da deputada estadual Analice Fernandes (PSDB), forçaram o governo João Doria (PSDB) a não fechar o pronto-socorro do Hospital Geral de Itapecerica da Serra no dia 1º de fevereiro. As lideranças conseguiram adiar a decisão por 90 dias. O Estado quer que o PS do HGIS restrinja o atendimento a casos graves – na prática, não ter mais “porta aberta” para todos os pacientes.
Nakano e uma comissão de vereadores conversaram nesta quinta-feira (21) na Secretaria Estadual de Saúde com o secretário-executivo Eduardo Adriano, em reunião solicitada por Analice. O integrante do governo disse que a decisão de regular o atendimento no HGIS está mantida. Analice advertiu que o município foi pego de surpresa, mas indicou que a prefeitura buscará se adaptar ao novo sistema, o que chamou de “bom termo de pactuação”.
“O prefeito Dr. Nakano se comprometeu a preparar a rede de saúde municipal para que a população possa ser melhor orientada, encaminhada e atendida, assim será feito também pelo HGIS, que vai se preparar para aumentar os atendimentos dos casos de alta e média complexidade prioritariamente e diminuirá o atendimento de casos simples de urgência e emergência, que serão de responsabilidade do município”, disse Analice, em rede social.
“Assim tanto a população, como o sistema de saúde terão 90 dias para se adaptar às alterações no sistema. Durante esse período, o pronto-socorro do HGIS continuará seu atendimento. A perspectiva é que haja uma melhora de atendimento para toda a população que se utiliza do sistema”, completou Analice. O PS do HGIS atende Itapecerica, mas também Embu-Guaçu, São Lourenço da Serra e Juquitiba, que têm poucos recursos na saúde.
Contudo, a Câmara continuará a reivindicar que o PS do HGIS não limite os pacientes, para não sobrecarregar o Pronto-Socorro Municipal. “Ficou protocolado o pedido para que não se feche o pronto-atendimento, senão nosso PS entra em colapso. Na verdade, a saúde da nossa cidade entra em colapso, e das cidades vizinhas também. A princípio, conseguimos o adiamento por 90 dias do fechamento”, disse o vereador Cepacol (PSDB) ao VERBO.
Para Cepacol, o PS do HGIS não deve ser fechado, ainda mais diante da pandemia de covid-19. “O governo do Estado alega que os atendimentos primários têm que ser nos pronto-socorros municipais, que os hospitais gerais têm que fazer os secundários, para o melhor atendimento aos casos mais graves que chegam não só ao nosso hospital, como também de Cotia e outros que têm pronto-atendimento. Mas é um absurdo”, disse o vereador.
“Neste momento de pandemia, como se fecha um pronto-atendimento, ainda mais o nosso, quando temos decretada a fase vermelha?”, enfatizou Cepacol, ao se referir ao estado de alerta em Itapecerica por orientação do Estado devido a alta ocupação de leitos de UTI. “Isso é totalmente incoerente. Numa pandemia as portas de todos os hospitais têm que estar abertas para pronto-atendimento. É fora até de visão como ser humano”, completou.
Um grupo de vereadores esteve na Secretaria Estadual de Saúde e outro apresentou a demanda ao presidente do Conisud (consórcio dos municípios), prefeito Ney Santos, de Embu das Artes. Nesta sexta (22), a Câmara vai até os deputados estaduais. “Os vereadores vão à Assembleia, e vamos protocolar junto ao Ministério Público, para que nos ajudem nessa campanha pelo não fechamento do pronto-atendimento do hospital geral”, disse Cepacol.
> Colaborou a Redação do VERBO ONLINE