Aprígio não buscou dados e faz transição pedindo para tomar café, diz Fernando

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Aprígio e Fernando, que afirma que equipe do eleito pediu documentos e 'não apareceu mais' e critica forma de transição do futuro governo | Verbo/Ian Freitas

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O prefeito Fernando Fernandes (PSDB) disse nesta quinta-feira (17) que o prefeito eleito Aprígio (Podemos) não buscou os documentos sobre a administração que solicitou e quer fazer transição de governo na informalidade, com pedido para tomar café com secretários. Fernando fez as críticas ao sucessor ao procurar o VERBO logo após ler a reportagem em que um dos auxiliares de Aprígio o atacou ao alegar que estaria negando as informações.

Na quarta-feira (16), o coordenador da equipe transição de Aprígio, Antonio Rodrigues, disse que o grupo ainda não tinha recebido as informações pedidas e disparou contra o prefeito, ao citar o presidente americano. “Fernando Fernandes Filho parece o [Donald] Trump, agarra-se à cadeira e se recusa a fazer a transição. Até agora não forneceu informações requeridas formalmente mediante ofício protocolizado em 1º de dezembro”, disse.

Fernando disse, porém, que a verdade é que as informações estavam à disposição há mais de uma semana e a equipe de Aprígio não foi retirar. “Eu vi a sua matéria e gostaria de fazer alguns esclarecimentos. Eles vieram aqui com uma equipe de transição com três pessoas, pediram documentos e desapareceram. Tivemos que mandar um ofício para eles, dizendo que os documentos já estavam aqui à disposição, porque não vieram buscar!”, afirmou.

“Eles pediram as informações. Pedimos um tempo – na verdade, era só o trabalho de reunir, são documentos de atos que já aconteceram. E eles não vieram mais! As informações ficaram um bom tempo aqui paradas, mais de dez dias. Como não vieram, eu chamei o meu chefe-de-gabinete, falei ‘está muito esquisito, mande um ofício a eles e diga que está tudo pronto para retirarem'”, frisou Fernando. Rodrigues confirmou ter recebido “uma informação”.

Fernando passou a questionar a postura de Aprígio quanto à transição, sobre aliados do eleito irem se reunir com secretários, informalmente. “O Eduardo [Nóbrega] foi lá na secretaria [de Manutenção] do Daniel [Bogalho] querer ter informações, levar um papo. O [vice eleito] Buscarini ligou para Laura [Neves] para perguntar se a mulher dele, que diz que será a futura secretária de Desenvolvimento Econômico, pode ir tomar um café com ela”, disse.

“É como eles estão tocando a transição. É assim que se faz transição? Transição é um ato oficial, que requer a participação dos dois lados! Quando se vai visitar alguma unidade, uma obra, vão os membros do governo que vai entrar e do governo que vai sair, fazem uma visita conjunta para que haja uma constatação dos fatos, do que existe, o que eles querem averiguar e dar as respostas devidas. É um ato oficial, não é oficioso”, pontuou o prefeito.

Fernando ressaltou que a transição requer até documentação da situação dos equipamentos e serviços da administração encontrada. “É um ato oficial em que se faz, inclusive, um memorial descritivo – [equipe do eleito pode dizer] ‘visitamos hoje tal unidade e encontramos isso, e não encontramos isso’, e nós temos o direito de falar ‘o que está sendo narrado não condiz com a realidade’. E se faz uma constatação fotográfica, por vídeo”, comentou.

Ele salientou que quer transição séria até para evitar “diz-que-me-diz” de acusações contra a gestão que sai. “É lógico, tudo o que se falar tem que ter comprovação. No governo passado [dois primeiros mandatos], em 2004, assim que eles [prefeito Evilásio Farias, aliado de Aprígio] tomaram posse, foram em alguns lugares, pegaram uma maca, uma cadeira quebrada e falaram ‘olha, terra arrasada’. É o que eles querem passar para a população”, disse.

Ao voltar a falar sobre os documentos, Fernando reagiu à declaração de Aprígio, repetida pelo auxiliar, de que não sabe como vai receber a administração. “Hoje alguém assumiria uma prefeitura sem saber o que vai encontrar? Se tivesse com essa dúvida real, verdadeira, ia na Justiça. Mas está tudo aqui e estamos à disposição. Agora, para fazer transição, um ato oficial. Não é ligar para a secretária e dizer se a mulher pode ir tomar um café”, disparou.

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