ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O candidato a prefeito de Taboão da Serra Aprígio (Podemos) não quis conceder entrevista ao VERBO após fazer caminhada no Parque Pinheiros na manhã de domingo (1º). Ele fez corpo a corpo com eleitores e entrou em comércios na avenida Laurita Ortega Mari, mas ao encerrar a atividade já na estrada Benedito Cesário de Oliveira, diante de uma pastelaria, pouco depois das 12h30, alegou ter outro compromisso de campanha e foi embora.
A reportagem avisou um assessor sobre a intenção de entrevistar o candidato antes do fim da caminhada, mas depois o profissional disse que Aprígio não ia falar e pediu para enviar as perguntas que encaminharia áudio do prefeiturável com as respostas. Este portal chegou a abordar Aprígio para pedir que falasse, mas ele alegou estar atrasado para uma reunião. Cercado de seguranças, ele entrou em um carro de luxo e deixou o local – às 12h34.
O VERBO está entrevistando os prefeituráveis sobre as propostas para Taboão e ia perguntar a Aprígio acerca de segurança e saúde. No dia 13 de outubro, ele atendera este portal. O jornalista Mario de Freitas, da coordenação de campanha de Aprígio, ao retornar contato, foi informado da recusa e que “Aprígio foi o único [candidato] a não falar”. “Ele falou com o Rômulo na semana passada”, disse Freitas. “Mas agora não”, respondeu este repórter.
Aprígio se negou a dar entrevista após o episódio em que se recusou a assinar a “carta de compromissos” por políticas públicas pela igualdade racial do Coletivo de Negros de Taboão, cinco dias antes, na terça-feira (27), atitude que gerou forte repercussão negativa para o candidato, sobretudo pela reação destemperada. Aprígio se irritou ao escutar do movimento na reunião que era o único dos prefeituráveis a não subscrever o documento.
Aprígio, ao lado do candidato a vice, Buscarini (Podemos), já ia deixando a reunião, mas ao ouvir o membro do coletivo voltou a falar, contrariado. “Você está vendo que estamos assinando, estou recebendo e devolvendo para vocês, então não venha com esse papo de que é o primeiro que não assina, não venha fazer pressão porque na pressão vocês não levam nada mesmo”, respondeu, jogou o microfone na mesa, deu as costas ao grupo e saiu.
Durante a caminhada no Parque Pinheiros, Aprígio chegou a falar rapidamente com este portal e, indagado informalmente sobre a polêmica, disse que não assinou por não saber previamente das reivindicações e que tomou conhecimento da reunião com o coletivo apenas uma hora antes – Freitas alegou “falta de comunicação entre o coletivo e a coordenação”. No entanto, meia hora após a conversa, Aprígio não quis dar entrevista.