Flanelinha no centro de Taboão é morto a faca; namorada de 17 anos assume, mas alega legítima defesa

Especial para o VERBO ONLINE

O autônomo Ricardo Alves, 30, que "guardava" carros em rua ao lado do Cemur, foi morto com facada na barriga; adolescente diz ter sido agredida | Divulgação

ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O autônomo Ricardo de Souza Alves, de 30 anos, “guardador de carros” em rua próxima ao Cemur, no centro de Taboão da Serra, foi morto a facada na madrugada desta sexta-feira (14), por volta das 4h, no Jardim Panorama (Pirajuçara). A namorada de 17 anos é acusada do assassinato. A menor assumiu o crime, mas diz que agiu em legítima defesa, porém a versão não ficou evidenciada. A polícia investiga as circunstâncias do homicídio.

Alves tinha uma filha de nove meses com a adolescente e estaria com a criança quando o crime ocorreu. Ele foi golpeado na barriga no quarto e andou até a sala, onde foi encontrado morto. A jovem fugiu para a casa de uma tia, no bairro, mas, com a ajuda de um familiar, foi localizada pelos policiais militares que atenderam a ocorrência. Segundo a PM, ela contou ter se desentendido com o companheiro e que acertou um golpe de faca no rapaz.

A adolescente disse, porém, que não queria matar Alves, que o atacou para “assustar”, depois de ele a ter “agredido com um soco no nariz e empurrado a filha”. A perícia não encontrou evidências de luta no quarto nem no corpo de Alves, como lesões nos punhos, e concluiu que, pelo ponto de ferimento, o rapaz estava com a filha nos braços quando golpeado. A irmã da jovem contou que viu que Alves foi esfaqueado, no quarto, com a criança no colo.

O perito também relatou que a adolescente não tinha “lesões visíveis” de que teria sido agredida, no nariz, como relatou, em mais uma evidência que contestaria a alegação de legítima defesa – ela passou por exame de corpo delito no IML. A família do rapaz contesta a versão e aguarda a apuração do caso, que foi registrado no 1º Distrito Policial (centro). A faca foi recolhida. A menor foi provisoriamente apreendida, à espera de decisão da Justiça.

Apesar de o flanelinha ser geralmente mal visto pelos motoristas, Alves era bem quisto pelos frequentadores dos bares e donos de estabelecimentos na rua onde “cuidava” dos carros. Em uma rede social, uma moradora se disse muito triste com o fato. “Ele sempre foi muito gentil comigo quando precisei parar o carro por ali ou ainda quando só estava de passagem. Ele sempre fazia questão de me cumprimentar. Que ele descanse em paz”, escreveu.

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