Ney retém cesta e pressiona frente de trabalho a apoiar ele e aliados, diz Paixão

Especial para o VERBO ONLINE

Ney e Hugo em ato de Begalli (foto sem frente de trabalho no meio para evitar retaliação); Paixão denuncia que Ney não entregou cestas a bolsistas | Divulgação

ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O prefeito e pré-candidato à reeleição Ney Santos (Republicanos) não entregou a cesta básica de julho e deste mês da Frente de Trabalho, usa os contratados como comissionados, mas com remuneração de menos de um mínimo e para serviços insalubres, em desvio de finalidade, e junto com o vereador e pré-candidato a vice Hugo Prado (PSB) pressiona os bolsistas – pessoas simples – a votar em candidatos do governo, senão serão mandados embora.

A denúncia é do morador João da Paixão, que se dedica a fiscalizar o uso do dinheiro público e os atos do Executivo em Embu das Artes. “O prefeito Ney Santos mostra mais uma vez a sua incompetência e falta de compromisso com o servidor de maneira geral. Pasmem, a prefeitura está devendo a cesta básica da Frente de Trabalho do mês de julho e do mês de agosto, hoje completam 42 dias que o prefeito não entrega”, disse em vídeo nesta quarta (12).

Paixão fala que Ney, por ter reajustado a bolsa-auxílio, submete os trabalhadores a serviços para os quais não são contratados – eles devem executar tarefas de limpeza pública, conservação de áreas verdes e prédios municipais. “Escraviza o servidor, fala do aumento que deu no auxílio, mas usa como cargo de comissão e escravidão, o servidor está sendo obrigado a limpar bueiro, rio, trabalhar com massa asfáltica, piche quente, roçadeira”, afirmou.

Segundo Paixão, o frente de trabalho em Embu está sendo utilizado até como motorista e guarda patrimonial, cargos que devem ser preenchidos por concurso. “E sem [ganho de] insalubridade, sem benefício do INSS. Ganha simplesmente os R$ 1 mil que ele [prefeito] paga, e agora resolveu não dar cesta básica, que é o mínimo, a alimentação da família do frente de trabalho. Gostaria de deixar a indignação minha e de vários servidores”, disse.

O morador depois disse que os bolsistas são obrigados a participar de reuniões de campanha promovidas não só com a anuência de Ney, mas em local alugado pelo prefeito para os eventos. “E, pasmem, eu sou testemunha, eu fui até a estrada da Ressaca, número 100, onde é uma chácara que Ney Santos alugou para seus pré-candidatos e vereadores eleitos, para junto com presidente Hugo Prado pressionarem a Frente de Trabalho”, apontou Paixão.

“Eles levam [transportam os bolsistas] para a reunião, é obrigado a ir, fazer lista de apoio, e lá eles [servidores] são pressionados. Eles dizem que, se não ganharem a eleição – o prefeito Ney Santos, Hugo Prado e os vereadores [pré-candidatos] que estão apoiando -, toda a frente de trabalho será mandada embora. Isso é um crime eleitoral, eles têm feito isso, eu já fui lá na chácara e filmei ônibus, vans, levando frente de trabalho [às reuniões]”, acusou.

“Tenho informação, inclusive gravação, da pressão que eles sofrem do pré-candidato a vereador [apoiado], do Ney Santos, do pastor ‘de bode’ [falso] Marco Roberto, e do presidente Hugo. São três pessoas que têm de ser tiradas da cidade, que tomaram a cidade de assalto. Essa é a minha indignação, minha revolta”, declarou, enfático. Paixão finalizou o vídeo com reforço da denúncia, de que Ney não entrega cesta básica dos bolsistas de julho e agosto.

No fim do mês passado, o VERBO noticiou que Ney, apesar de pedir à população que “evite aglomerações”, fez o oposto do que finge recomendar e esteve com Hugo diante de mais de 500 pessoas, sem qualquer distanciamento social, em ato político de um dos principais “candidatos do governo”. O local – a chácara de Ney. O pré-candidato – Cesar Begalli, que comanda os frente de trabalho. Questionado sobre a denúncia de Paixão, Ney silenciou.

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