Dilma mira se eleger no 1º turno e diz que ‘é hora de a onça beber água’

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, na zona sul de São Paulo

A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) disse na noite desta segunda-feira, dia 29, no Campo Limpo (zona sul de São Paulo), que está em jogo na eleição deste domingo o “futuro do Brasil” sobre a continuidade das “conquistas” nos últimos 12 anos e que é hora de ir às ruas “disputar o voto”, numa indicação de que o PT tem a expectativa de que a adversária Marina Silva (PSB) caia mais na preferência do eleitorado e a petista possa ser eleita já no primeiro turno.

No Campo Limpo, Dilma discursa ao lado de Lula, Padilha e Suplicy que 'é hora de ir para rua disputar voto'
No Campo Limpo, Dilma discursa ao lado de Lula, Padilha e Suplicy que ‘é hora de ir para rua disputar voto’

“Fui eleita para dar continuidade às conquistas do governo do presidente Lula. Quem tem capacidade, competência e experiência para levar o Brasil no rumo certo é quem garantiu que 36 milhões de brasileiros saíssem da pobreza, quem assegurou acesso à universidade a milhões de jovens, o destino do país vai estar em questão. Vamos nestes dias que faltam para a eleição disputar casa a casa, amigo por amigo, dizer que essas conquistas merecem ser defendidas”, disse.

Dilma disse que hoje o filho do assalariado pode estudar em faculdade particular “e se formar doutor”, em referência a programa de bolsa. “Estamos vivendo a primeira geração de crianças que foram para escola e tiveram comida na mesa. Vivemos em um outro país, muitos esqueceram o que era, outros não tinham idade quando o desemprego batia na porta. Mas nós que sabemos temos de ir para a rua disputar o voto, é a hora de a onça beber água, pôr os pingos nos ‘is’”, falou.

Ela se queixou da voz rouca, mas, apesar de o público ser formado por militantes ou apoiadores, disse estar presente para agradecer e “humildemente pedir o voto”, e encaixou crítica à gestão do PSDB em São Paulo. “Aí as coisas vão ficar claras, muitas coisas que passam por feitas pelo governador, na verdade, foram feitas com dinheiro do governo federal. Metrô, monotrilho, rodoanel e ‘Minha Casa, Minha Vida’ foram feitos com nosso dinheiro. Vamos defender o que é nosso”, disse.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que falou antes de Dilma, disse querer que ela conhecesse “um pouco o pessoal” da zona sul, onde o PT fez o primeiro comício, para governador, em Santo Amaro, em 1982, quando era o candidato, e que “aqui está o retrato do Brasil”. “Nestes 12 anos, fizemos o povo melhorar de vida. Antes, ele ia comprar pés e pescoço de frango porque carne de primeira era artigo de luxo. Jamais imaginava viajar, porque avião era coisa de rico”, disse.

Lula disse que “esse povo” que elegeu um operário presidente, em referência a si mesmo, uma pessoa “sem experiência política”, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e já tinha eleito Luiza Erundina – hoje no PSB com Marina – e Marta Suplicy, não vai faltar à candidata. “Companheira Dilma, pode voltar para Brasília com a cabeça erguida, sabendo que este povo vai te eleger presidente da República”, disse. O público, calculado em 10 mil pessoas, gritou “Dilma, Dilma!”.

Parte da comitiva de Embu, entre outras cidades da região, no comício, e Chico Brito e Dilma (detalhe)

Lula pediu oportunidade para o PT também fazer “revolução” no Estado e disse que os paulistas precisam ter um “gesto de coragem”. “Aqui em São Paulo é engraçado, o povo está nervoso com a segurança, a educação, o transporte, a saúde. Se as coisas estão tão ruim assim como estão, porque tem gente que vota no Alckmin?”, disse. O candidato a governador Alexandre Padilha disse que a “pesquisa que vale a é do povo na urna”, sobre estar em terceiro lugar nas sondagens.

Lula justificou o apelo ao dizer que o PT “revolucionou” onde governou e citou algumas cidades, inclusive Embu das Artes, pela segunda vez – antes, mencionou que a “filha de Solano Trindade, uma artista de Embu das Artes”, referência a Raquel Trindade, declarava voto em Dilma. O deputado estadual e ex-prefeito Geraldo Cruz não foi visto. O prefeito Chico Brito, integrante da campanha de Padilha, ficou no canto do palanque. Os dois protagonizam racha belicoso na cidade.

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