Taboão volta a sofrer com enchente; choveu 65% do esperado para fevereiro, diz Defesa Civil

Especial para o VERBO ONLINE

R. Getúlio Vargas submersa às 3h da madrugada e r. José Soares de Azevedo com móveis e outros objetos destruídos pela enchente, no largo do Taboão | Divulgação

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Taboão da Serra voltou a ficar debaixo d’água depois da chuva intensa que caiu entre a noite de domingo (9) e a madrugada desta segunda-feira (10), com vários pontos de alagamento e destruição. O largo do Taboão, histórica área de enchente, mas que não registrava inundação desde 2017 após a conclusão de obras de canalização, mais uma vez foi o ponto mais afetado do município, com cenas desoladoras de casas e comércios sendo submersos.

No largo do Taboão, o transbordamento do córrego Poá inundou vias como as ruas Getúlio Vargas, do Carmo, João Santucci e José Soares Azevedo, onde fica a sede da 4ª Companhia da Polícia Militar – viaturas da PM ficaram alagadas. Às 3 horas da madrugada, a advogada Maria Amélia registrou em vídeo a inundação. “Acabou de cair mais uma porta [de ferro de comércio] […]. As águas continuam subindo, apesar de a chuva ter dado uma trégua”, relatou.

Outros locais que inundaram foram a rodovia Régis Bittencourt no km 272, a rua Paulo Portman, no Intercap, a estrada São Francisco, próximo à Câmara, e as travessas Mimosa e Manacás, no Parque Assunção. A cidade também registrou deslizamento de terra, nas ruas Henrique Robba, no Jardim Três Marias, Neusa Demétrio, no Jardim São Mateus, e Nicolau Gentile e Luiz Bartholomeu Antunes, na região do Clementino. Dez casas foram interditadas.

Cerca de 500 pessoas foram desalojadas por causa da enchente no centro – após a água baixar, as vias ficaram com montanhas de móveis e outros objetos destruídos pela inundação. Apesar dos estragos, ninguém se feriu no município. No início da tarde, a prefeitura informou que a Defesa Civil e as secretarias de Manutenção, Assistência Social e Saúde trabalhavam em diversos pontos da cidade para minimizar os problemas causados pela chuva.

A prefeitura apontou que Taboão foi castigada pela chuva que paralisou São Paulo. “Em quatro horas choveu 140 milímetros, o equivalente a 65% da média da chuva que era esperada para todo o mês de fevereiro. Os rios Pinheiros e Tietê não suportaram as chuvas e transbordaram, e, consequentemente, houve o transbordamento do córrego Pirajuçara”, disse. Observou que o Pirajuçara “também recebeu as chuvas de Embu das Artes e Itapecerica da Serra”.

A Secretaria de Assistência Social foi aos locais para fazer o levantamento de casas e comércios atingidos pela enchente e quantas pessoas estavam desabrigadas. Distribuiu pelo menos 150 kits de higiene como vassoura, rodo, água sanitária e desinfetante para limpeza das residências e lojas. A pasta informou que distribuiria água e marmitex ao longo da tarde e colchões e cestas básicas, à noite. Desalojados disseram aguardar refeição também à noite.

A Secretaria de Saúde realizaria à tarde visita aos moradores para aplicação de vacina e orientar quanto aos riscos de doenças associadas a água suja, como a leptospirose. O órgão ressaltou que moradores que tiverem febre ou algum outro sintoma devem procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima. Taboão está em estado de atenção, já que a previsão é de mais chuva até pelo menos esta terça (11), quando o volume deve atingir em torno de 30 mm.

VEJA VÍDEO EM QUE MORADORA REGISTRA INUNDAÇÃO NO LARGO DE TABOÃO NESTA 2ª-FEIRA

Vídeo Maria Amélia Alencar/Reprodução

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