Rosângela diz que Ney criou taxa de lixo e tirou R$ 16 mi da saúde, mas ‘esconde’ PT

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

A vereadora Rosângela Santos (PT), pré-candidata a prefeita de Embu das Artes, disse que o prefeito Ney Santos (PRB), com apoio dos vereadores governistas, pôs a “taxa de lixo para a população pagar embutida no IPTU”, mas recebeu a “resposta” nas urnas ao não eleger os dois candidatos que lançou, e que Ney manda barrar projetos que apresenta para “prejudicar” os munícipes. Ela se colocou como oposição firme ao governo, mas “escondeu” a estrela do partido.

Rosângela
Sem figurino de militante, Rosângela (PT) na prestação de contas após falar a 500 pessoas que lotaram Câmara
Painel virtual com Ros
Painel na entrada da reunião e faixa no lado de fora da Câmara com Rosângela sem a estrela e vermelho do PT

Rosângela fez fortes críticas à gestão Ney e sinalizou concorrer à sucessão municipal no ano que vem em prestação de contas do mandato, no último dia 18 de maio, na Câmara de Embu – cheia. Ao discursar para cerca de 500 apoiadores, ela mirou os vereadores da base e o próprio prefeito por medidas impopulares. “Eles não merecem mais estar aqui, esse recado deve ser dado em 2020, colocaram uma taxa de lixo para a população pagar embutida no IPTU”, disse.

“Mas o prefeito lançou dois candidatos, um a [deputado] estadual e uma a federal aqui em Embu. A população deu a resposta, nenhum dos dois ganhou aqui em Embu”, comemorou Rosângela, aplaudida, ao se referir ao fato de Ney ter se licenciado do cargo e ido às ruas pedir voto no vereador Hugo Prado (PSB) à Assembleia Legislativa e na irmã Ely Santos (PRB) à Câmara dos Deputados e ter fracassado. “Isso só mostra que a nossa união faz a diferença”, avaliou.

Rosângela disse ter apresentado em dois anos de mandato 27 projetos de lei, 15 requerimentos e 67 indicações. “Eles [Ney e aliados] vão em todos os cantos do Embu e falam que não tenho nenhum projeto aprovado. Mas eu fiz o meu papel, apresentei. Só que eles são pequenos, são projetos bons para a população, eles não aprovam porque querem prejudicar vocês, cada munícipe. Os projetos bons apresentados pelo governo, nós [oposição] aprovamos”, afirmou.

Rosângela fez um questionamento breve sobre a saúde, apesar de ser um das áreas mais críticas da gestão Ney. Após perguntar se a saúde em Embu está boa e ouvir um “não”, a petista condenou a decisão de Ney de reduzir os investimentos – o prefeito remanejou recursos para outros setores para cumprir acordos políticos e ter novos aliados. “Ele tirou R$ 16 milhões no orçamento de 2019 [em relação ao ano anterior]. E nós [oposição] votamos contra”, exaltou.

Ela descreveu os embates nas sessões ao dizer ser vítima de ataques pela condição de mulher e pregou igualdade de gênero em representatividade no parlamento. “Aqui todas as quartas-feiras é uma briga, é um preconceito, machismo muito grande, por isso falo que temos que ter mais mulheres aqui [na Câmara], defendendo o interesse de todas nós também. Temos 17 vereadores e apenas duas mulheres. Temos que ser pelo menos metade aqui no plenário”, disse.

Rosângela voltou a apontar as medidas impopulares impostas por Ney e aprovadas pelos aliados na Câmara e passou a falar de virtudes na política, para se apresentar como “exemplo”. “Embu das Artes merece respeito! Temos só quatro vereadores de oposição, o vereador que tem compromisso com a população não vota em projeto para prejudicar o munícipe. Vocês viram que dá para fazer diferente na política. Quero ser exemplo para muitos que estão aqui”, disse.

“Quando a gente se elege, não é para ganhar dinheiro, é para defender a população. Queremos a nossa cidade tendo desenvolvimento, tendo saúde, educação. Para isso, tempos que ter pessoas com caráter, honestas. E somos exemplo. Eu fiz minha escolha, estou aqui para defender vocês, defender Embu das Artes”, disse Rosângela. O evento reuniu os deputados Carlos Zarattini (federal), Luiz Fernando e Jorge do Carmo (estaduais) e o vereador Edvânio Mendes, do PT.

Bandeiras do PT figuraram no plenário, mas, na grade, ficaram encobertas pelo público. Faixas de divulgação e painel virtual com imagens de Rosângela, porém, não traziam a estrela nem o vermelho característico do PT. O próprio figurino da vereadora – de vestido azul de bolinha e sem camiseta e símbolo da sigla – não lembrava uma militante petista. Questionada pela reportagem, Rosângela negou a intenção de ocultar o partido, desgastado por corrupção.

“Na campanha para vereadora eu já utilizava estrelinha com formato diferente e outras cores, rosa com amarelo. Agora estamos discutindo qual vai ser o novo design, mas eu já não usava [vermelho], então não estou escondendo. Defendo o PT, o PT cresceu muito na cidade com a minha atuação e do Edvânio, e a minha maior luta hoje é ser a primeira mulher prefeita pelo PT. Eu nunca fui uma militante que tem o costume de estar com a estrela. É o meu jeito”, disse.

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