GABRIEL BINHO
ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, na rodovia Régis Bittencourt
Militantes de esquerda e sindicalistas com faixas contra a reforma da Previdência e cortes na educação e pela soltura do ex-presidente Lula (PT) da prisão bloquearam a rodovia Régis Bittencourt no km 273, em Taboão da Serra, sentido São Paulo, no fim da madrugada desta sexta-feira (14), de “greve geral” contra as medidas do governo Jair Bolsonaro (PSL). Os manifestantes fecharam a pista às 5h e a liberaram pouco depois das 6h, só após a intervenção da polícia.
Integrantes dos partidos PT, PCO, PCdoB, PCB, dos sindicatos dos metalúrgicos, químicos e professores (Apeoesp) e da União Estudantil de Embu das Artes fizeram barricada na rodovia ao atear fogo em paus e pneus no meio da pista – a maioria dos manifestantes era de Embu, inclusive reuniu a vereadora Rosângela Santos (PT) e o ex-prefeito Nivaldo Orlandi (PCO). Motoristas foram obrigados a sair da estrada por vias laterais ou ficaram parados no congestionamento.
Às 6h15, homens da Polícia Rodoviária Federal ordenaram os manifestantes a desbloquear a BR-116. “‘Bora’, é para sair da rodovia”, gritou um policial para o grupo, diante da reportagem do VERBO, que também viu agentes lançarem gás lacrimogêneo – os participantes do ato chegaram a passar mal com o spray lançado. Os militantes se dispersaram, mas retomaram o protesto e ocuparam o acostamento da estrada. “Temos o direito de nos manifestar”, disse um militante.
Acompanhados pela PRF, os manifestantes seguiram até o centro de Taboão, onde encerraram o ato, pelas 7h30. A concessionária Arteris informou à reportagem que o bloqueio no km 273 foi o único ponto de manifestação na BR-116 e “gerou pico máximo de quatro quilômetros” de congestionamento. No fim da manhã, a avenida Francisco Morato, já na capital, registrava enorme fila de ônibus intermunicipais da região – que não aderiram à greve – parados no trânsito.
A PRF informou que agiu para interromper a interdição “indevida”. “Os manifestantes iniciaram o bloqueio da rodovia de forma não autorizada, ateando fogo em materiais combustíveis, por volta das 5h. A PRF compareceu ao local a fim de liberar o bloqueio indevido e garantir, de forma lúcida e cidadã, o direito dos manifestantes em se pronunciarem em suas reivindicações”, disse ao VERBO o delegado-geral da PRF em Itapecerica da Serra e região, inspetor Márcio Silva.
“Após esse primeiro contato, nossas viaturas acompanharam o grupo, de aproximadamente 25 pessoas, que passaram a transitar pelo acostamento, até a praça Nicola Vivilechio [central de Taboão], onde se dispersaram”, relatou ainda o inspetor Silva. A Polícia Militar também posicionou viaturas na rodovia durante a manifestação, mas, em estrada federal e com a presença da PRF, só fez o acompanhamento – a PM estacionou carros também na pista sentido Embu/Curitiba.
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