Adolescente de 17 anos morre após comer bolo que recebeu com mensagem anônima em Itapecerica

Ana Luiza morreu no domingo; segundo a polícia, garota da mesma idade confessou ter envenenado doce com arsênico, e teria agido da mesma forma contra outra jovem, por ciúmes

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O bilhete anônimo recebido por Ana Luiza junto com o bolo; jovem morreu após comer; garota da mesma idade confessou ter envenenado o doce, segundo a polícia | Divulgação

Uma adolescente moradora de Itapecerica da Serra, no Parque Paraíso, morreu no domingo (1º), após comer um bolo que recebeu em casa com um bilhete anônimo, entregue por um motoboy. Ana Luiza de Oliveira Neves, de 17 anos, chegou a ser socorrida, mas não resistiu. Uma menina da mesma idade confessou ter envenenado o doce enviado a Ana Luiza com arsênico, segundo a Polícia Civil. A Delegacia de Itapecerica solicitou à Justiça a apreensão da garota.

Segundo a polícia, a adolescente admitiu ao delegado do caso que comprou o material tóxico pela internet, o que ainda é investigado. O resultado da necrópsia realizada no corpo da vítima pelo IML (Instituto Médico Legal) deve ficar pronto em cerca de 30 dias. A jovem teria colocado o veneno sobre o bolo, além de ter coberto com brigadeiro. Os investigadores conseguiram identificar a placa da moto do entregador, que teria ajudado a identificar o endereço da suspeita.

Segundo relato, no sábado (31) por volta das 17h, a irmã de Ana Luiza, de 18 anos, recebeu o bolo de pote em casa. O doce tinha um bilhete com a frase “Um mimo pra garota mais linda que já vi” e, no verso, escrito “Lulu Linda”. Ana Luiza chegou cerca de uma hora depois e comeu o bolo. Pouco antes das 19h, ela começou a passar mal. Com quadro agravado, ela foi levada pelo pai a um hospital particular. Diagnosticada com intoxicação alimentada, foi medicada e teve alta.

Mas, no domingo, por volta das 16h, Ana Luiza passou a ter sintomas mais graves e foi levada a um pronto-socorro, aonde já chegou sem sinais vitais. O relatório médico registra que a jovem chegou ao PS depois de cerca de 20 minutos de parada cardiorrespiratória. Ela tinha a pele arroxeada, decorrente de oxigenação insuficente no sangue (cianose), estava com hiportemia, sem batimentos cardíacos e sem respiração. A jovem foi submetida a reanimação, mas não reagiu.

O PS atestou que a causa da morte foi intoxicação alimentar. A vítima foi enterrada no Cemitério Recanto do Silêncio. A loja onde o bolo foi comprado, Menina Trufa, solidarizou-se com a família da jovem. O estabelecimento diz que não entregou o doce. “Uma pessoa adquiriu o produto na loja como se fosse para consumo próprio, levando para outro lugar”, afirmou. Acrescentou que a entrega foi feita de um local desconhecido por um motoboy que não presta serviços à empresa.

De acordo com a polícia, a garota confessou ter envenenado, no último dia 15, da mesma forma, uma outra jovem, que quase morreu. Ela teria agido por ciúme das duas. Um jovem com quem teve um relacionamento teria se envolvido com as vítimas. O rapaz deve ser intimado a depor nos próximos dias. Da delegacia, após confissão, a suspeita foi levada à Fundação Casa, onde permanecerá por 45 dias provisoriamente. Mas ela pode ficar internada por até três anos.

Na delegacia, com a menor ainda lá, um parente pediu perdão ao pai de Ana Luiza, Silvio Ferreira das Neves. Segundo Silvio, a suspeita era amiga de escola da filha e frequentava a casa dele. Ele contou que a menor não demonstrou remorso, que estava na residência quando se soube da morte de Ana Luiza e o confortou. “Ela me abraçou e disse que ia ficar tudo bem”, disse. “Alertem seus filhos para não receberem nada de ninguém e não comerem nada de ninguém”, falou aos pais.

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