‘Peça ajuda, denuncie, a culpa nunca é da vítima’, diz delegada sobre abuso sexual infantojuvenil

Lyvia Saporito, titular da Delegacia de Embu-Guaçu, reforçou o 'Maio Laranja', de combate à exploração de crianças e adolescentes, durante pelestra a estudantes

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Delegada de Embu-Guaçu, Lyvia Saporito, fala a estudantes de colégio no Jd. Val Flor sobre abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes e como combater | Reprodução

Um bate-papo indispensável e vital para proteção infantojuventil diante de uma questão que assusta pais, educadores e a sociedade em geral. A delegada de polícia titular de Embu-Guaçu, Lyvia Saporito, realizou no último dia 15 uma palestra a alunos de ensino médio do colégio João Friaza (particular), no Jardim Val Flor, sobre abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes e como combater o problema. O investigador Samuel Martins também abordou o tema.

Lyvia, que concilia a atividade policial com a de palestrante, entre outros assuntos, contra as agressões às mulheres, conversou com os estudantes na ocasião em relação à campanha nacional realizada neste mês, em defesa da integridade das crianças e adolescentes contra uma das formas de violências mais cruéis e degradantes. “Estamos no ‘Maio Laranja’, que é o mês de combate a todo tipo de exploração e abuso sexual”, disse a delegada a ouvintes atentos.

“A ação teve como objetivo conscientizar e informar sobre a importância da proteção dos nossos jovens contra abusos”, disse Lyvia na rede social. A exploração sexual de menores (0 a 17 anos) é uma violação de direitos humanos que pode ocorrer de várias formas, como abuso sexual, pornografia infantil, prostituição infantil e tráfico sexual. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada 24 horas, 320 crianças e adolescentes são explorados sexualmente no Brasil.

Sobre um dos tipos de violência contra o público em recorte – a maior parcela -, segundo a Secretaria de Segurança, a Grande São Paulo registrou no ano passado 2.344 estupros de vulnerável (até 14 anos) – 79% das vítimas -, alta de 3% ante 2023 (2.273). Em alento, Embu-Guaçu, em 2024, registrou 24 casos (entre 27), contra 32 (do total de 38) no ano anterior, redução de 25%. Ao suspeitar de casos, denuncie pelo Disque 100, procure o Conselho Tutelar ou uma delegacia.

A delegada falou com o VERBO sobre a atividade com os estudantes. Ela disse que a principal orientação que transmitiu foi romper o silêncio que envolve a chaga social. “A importância de falar, pedir ajuda e denunciar. Reforçando que a culpa nunca é da vítima”, disse Lyvia. “Eu faço palestra nas escolas desde 2022. Sobre esse tema, eu realizei a primeira vez no ano passado. Na realidade é um tema difícil, porém muito necessário, pois é uma triste realidade”, declarou.

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