Ex-prefeita Cida Maschio, que ‘brigou’ pelo desenvolvimento de Juquitiba, morre aos 74 anos

Em 2011, à frente do Executivo durante audiência sobre a reorganização da região metropolitana de SP, ela fez uma fala forte contra a falta de investimentos do Governo do Estado

Especial para o VERBO ONLINE

Cida Maschio em campanha em 2011; ela disputou a prefeitura de Juquitiba quatro vezes, governou a cidade de 2009 a 2012 e atualmente era secretária de Saúde | Divulgação

A ex-prefeita de Juquitiba e atual secretária de Saúde Cida Maschio morreu nesta terça-feira (13), aos 74 anos. Ela não resistiu a um câncer, conforme o VERBO apurou. Nascida no interior de São Paulo, em Cândido Mota, em 8 de dezembro de 1950, Maria Aparecida Maschio Pires foi professora e depois ingressou na política, primeiro no PT. No partido, Cida disputou a eleição à prefeitura em 2000 e 2004. Depois, foi para o PDT, pelo qual concorreu nos dois pleitos seguintes.

Na terceira candidatura à prefeitura de Juquitiba, Cida (PDT) se elegeu, em 2008, com 68,96% dos votos válidos, ao desbancar o então único adversário, o veterano Ayres Scorsatto, que tinha sido prefeito duas vezes e contra o qual havia disputado em 2000. Em 2012, ela concorreu à reeleição, teve 34,57% e saiu derrotada por menos de 1% dos votos, para Francisco Junior – em disputa acirrada em cidade com eleitorado pequeno, perdeu por apenas 118 votos de diferença.

Como prefeita, Cida lutou pelo desenvolvimento de Juquitiba e contra a falta de investimentos do Governo do Estado, até sendo incisiva. Em 2011, na Câmara de Embu das Artes, em audiência pública sobre a reorganização da região metropolitana de São Paulo, com a presença de secretário estadual, deputados da Assembleia Legislativa, prefeitos da região e lideranças comunitárias, ela fez uma fala forte ao apontar que Juquitiba está encravado em área de proteção de mananciais.

Cida reclamou que Juquitiba é um quintal da metrópole que só recebe “merda” por ter só 13% do esgoto tratado pela Sabesp. “80% do nosso território é coberto por mata exuberante. Querem levar nossa água, da bacia Juquiá-São Lourenço. Queremos ser ressarcidos. Tenho uma população morrendo de fome. […] Queremos ser um quintal, mas verdejante, bonito, que forneça água para São Paulo”, desabafou. Hoje, a cidade tem ainda apenas 39,7% do esgoto tratado.

Cida foi sepultada nesta própria terça-feira. A deputada estadual Analice Fernandes (PSDB) lamentou a morte da ex-prefeita. “Dona Cida era uma líder firme, sensível e comprometida, sempre pautando sua atuação pelo diálogo, pelo respeito e pela dedicação ao serviço público. Sua trajetória foi marcada pelo compromisso com o desenvolvimento da cidade. […] Dona Cida deixa um legado de trabalho incansável, ética e profundo amor por Juqutiba”, disse.

O ex-prefeito de Embu e ex-deputado estadual Geraldo Cruz (PT), que estava na audiência na Câmara embuense com a então prefeita, também expressou pesar pela morte de Cida. “Uma companheira de caminhada, com quem tive a honra de compartilhar o desafio e a responsabilidade de sermos prefeitos simultaneamente, lutando lado a lado por toda a nossa região do Conisud. Sua dedicação e força deixam um legado que jamais será esquecido”, declarou.

Cida, que tinha gratidão pelo período de convivência com as crianças e adolescentes para os quais lecionou, também foi lembrada com carinho devido ao ofício pelo qual iniciou a dedicação às pessoas. “Minha primeira professora, Cida Maschio! Permanecerá eternamente na memória de todos que conviveram contigo, seja na escola, abrindo nossos olhos para a luz do conhecimento ou fora, como exemplo da força de uma mulher”, disse a moradora Margareth Fischer Carvalho.

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