O Governo de São Paulo iniciou nesta segunda-feira (7) a extensão da linha 4-Amarela do metrô, com a implantação da estação Taboão da Serra. O prolongamento terá 3,3 quilômetros, desde a Vila Sônia (zona oeste de SP), e custará R$ 3,4 bilhões. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez o anúncio da expansão em evento em Taboão, mas a gestão estadual evitou usar oficialmente o termo “obra”. É que ainda não existe um contrato assinado para a ampliação da linha.
A extensão até Taboão será executada por uma empresa privada, a ViaQuatro, mas com dinheiro público, e depende de uma alteração no contrato, conforme mostrou a TV Globo. A empresa ainda terá de assinar o aditivo – em condições que pleitear. Tarcísio minimizou. “Vai assinar. Não vai ter percalço nenhum com relação a isso. A gente vai terminar o arranjo contratual – é um aditivo -, em muito pouco tempo isso vai estar resolvido, e o Estado vai entrar com o aporte”, disse.
O Estado preferiu “intervenção” a “obra” por ter assinado acordo com a empresa que diz que, para o projeto começar, é preciso um aditivo que deve ter, “no mínimo, cronograma de execução das obras, o valor e a forma de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro” – o que a empresa vai ganhar para assumir a expansão. Em notícia sobre o evento, a governo reconheceu que “as intervenções serão de responsabilidade da ViaQuatro após assinatura do aditivo contratual”.
Além disso, a CCR, dona da ViaQuatro, tem a concessão de outras três linhas, todas com obras atrasadas. A empresa – que nem construtora é – diz, porém, ter capacidade de tocar a extensão até Taboão. “A gente não daria um passo se não tivesse condições de assumir mais esse compromisso com o Estado de São Paulo. […] Obra tem sempre percalços, eventualmente. Mas esse é um projeto que temos condições de fazer”, disse o presidente Marcio Hannas, no evento.
Mesmo diante de possíveis obstáculos para cumprimento do cronograma de obra e do recurso destinado, sem injetar mais dinheiro público à empresa, Tarcísio manteve a previsão de que entregará a extensão até Taboão em 2028, mas pela primeira vez considerou que o projeto pode levar mais um ano. “Vamos fazer todo o esforço. São 48 meses [4 anos de prazo normal]. A gente vai tentar antecipar para 36 e entregar em 2028. Entre 2028 e 2029 a gente vai entregar”, afirmou.
No anúncio da expansão, na prefeitura, como gesto simbólico, Tarcísio usou uma máquina para demolir parte de um prédio dentro da sede da administração municipal, ao lado da área – da antiga loja de veículos Sorana Sul – onde será construído o metrô no município. Em discurso, ele destacou que a estação em Taboão será o primeiro fora da capital. “De fato, agora, o metrô é metropolitano. Porque vai chegar em primeiro lugar fora de São Paulo em Taboão da Serra”, declarou.
Segundo o Governo do Estado, a expansão da linha 4 – que inclui mais uma estação, a Chácara do Jockey, ainda em São Paulo (zona oeste) – vai gerar 3,6 mil empregos direitos e indiretos e atender cerca de 110 mil passageiros por dia. A partir da estação Taboão, que será a última do ramal sudoeste, moradores do município e da região passarão a fazer o trajeto até a Luz, no centro da capital, em 26 minutos, em média, em ganho de tempo, conforto e segurança para os usuários.
A deputada estadual Analice Fernandes (PSDB) disse que o anúncio da expansão do metrô até Taboão é a realização de um sonho. “Eu dediquei todos os meus mandatos, desde 2002, lutando, lutando, para que a linha 4-Amarela saísse do papel e se tornasse realidade na nossa região”, discursou. Ela citou que chegou a visitar, ao lado do hoje prefeito Engenheiro Daniel (União), a obra do túnel para Taboão. “Muita gente não acreditou, até zombou da nossa luta”, disse.
Daniel, em discurso, disse que Taboão terá uma transformação com a implantação da estação. “Vão existir duas Taboão da Serra. Taboão da Serra antes do metrô e Taboão da Serra depois do metrô. A cidade de Taboão é a mais densa do país. Independente de termos muito problema na saúde e na segurança, o nosso principal problema hoje é a mobilidade. Após a entrega do metrô, tenho certeza que vai mudar, vai transformar a vida da nossa população”, comemorou.