Daniel diz que família de Aprígio refaz farsa, rebate quem é o bandido da história e rompe com Nóbrega

Ele lembrou que gente próxima a Aprígio é 'reincidente' em forjar atentado e indicou não ter mais dúvida de que rival está envolvido; 'O bandido sou eu ou eles?', disparou

Especial para o VERBO ONLINE

Prefeito Daniel e vice Érica Franquini concedem entrevista sobre conclusão da polícia e MP de que o próprio grupo político de Aprígio forjou ataque ao ex-prefeito | Ricardo Vaz-PMTS

O prefeito Engenheiro Daniel (União) disse na segunda-feira (17) que nunca teve dúvida de que o ataque contra Aprígio (Podemos) foi forjado, que a família do ex-prefeito já é “reincidente” na farsa, que foi caluniado ao ser vinculado ao crime por pessoas como o deputado estadual Eduardo Nóbrega (Podemos), e questionou quem são os “bandidos” da história. Ele reagiu após a Polícia Civil e do Ministério Público afirmarem que o grupo político de Aprígio simulou o atentado.

Em entrevista ao lado da vice-prefeita Érica Franquini (MDB), Daniel declarou “alívio” com a constatação dos investigadores devido à desconfiança que enfrentava de que estaria envolvido, mas que nunca duvidou da armação. “Eu tinha certeza absoluta de que era um atentado forjado. São várias evidências. Aprígio nunca andou sem segurança. Coincidentemente, naquele dia, não tinha nenhum do lado dele, inclusive que almoçaram em um restaurante com ele”, disse.

“Antes de o Aprígio dar entrada no hospital [UPA], já tinha um vídeo editado circulando na rede social. De onde foi o ‘acidente’ [alegado ataque] até o Akira Tada, dá 5 minutos de carro, ainda mais oficial, que anda no acostamento. Que produtor conseguiria fazer um vídeo com 3 edições antes? E no dia seguinte mais de 100 mil panfletos foram espalhados na cidade colocando a gente como bandidos, que tínhamos feitos um atentado contra o prefeito”, indignou-se Daniel.

Daniel relatou ter sido acusado por um guarda municipal aliado de Aprígio de ter “feito” o ataque e recebeu como uma “ofensa muito grande”, e recordou os transtornos à família e a si mesmo. “Meus filhos estudam na cidade. Eles ficaram uma semana sem ir à escola. Moro no empreendimento construído pelo ex-prefeito, é reduto dele. Não tinha condições de sair de casa, meu receio era me chamarem de assassino. Foi muito difícil. Fiquei 15 dias sem ir para rua”, contou.

Embora convicto de que o grupo político de Aprígio estava por trás da farsa, Daniel falou que mesmo o êxito eleitoral “não tirou a angústia” sobre o caso, “Se não fosse solucionado, íamos ser condenados pelo resto da vida. Confesso que o meu alívio e a minha felicidade foram muito maiores até mesmo que a minha vítória. Imagina minha filha, de 12 anos, falar para mim não querer ir para escola, que os amigos estavam falando que o pai pertencia ao crime organizado”, disse.

Érica reforçou o prejuízo até eleitoral com a campanha difamatória, ao citar não ter “lógica” atentar contra um rival após Daniel e ela quase se elegerem no 1º turno. “Sujaram a nossa imagem. O prefeito mesmo falou numa carreata que eu era rainha do crime e o Daniel era o rei do crime. Isso nos deixou muito abalados, temos família. Quando saí na rua para desmentir, eu escutei várias pessoas falando ‘eu não acredito que vocês fizeram isso com Aprígio’. Isso doeu muito”, disse.

“Eu tive várias vezes que ficar 15 minutos falando com o eleitor ‘você acha que nós, estando em primeiro lugar nas pesquisas, faríamos uma coisa dessa, tem lógica?’. Fiquei mais explicando do que pedindo voto. Foi difícil escutar que eu e o Daniel teríamos coragem de fazer algo tão cruel”, continuou Érica. “Eles queriam nos parar. Realmente, o episódio nos prejudicou, no 2º turno o Aprígio teve 5 mil votos a mais, e não era para ter, ouvíamos o povo falar que queria renovação”, disse.

Questionado sobre o motivo de os aliados do adversário terem forjado o atentado, Daniel atribuiu à iminente derrota nas urnas após grande desvantagem na intenção de voto do eleitor, e lembrou que familiares de Aprígio já armaram ataque semelhante – com tiro na janela do carro – em Alagoas em que o sobrinho acabou eleito prefeito. O caso foi em 2020 em Minador do Negrão (cidade natal de Aprígio). A polícia, através de perícia, concluiu que a alegada emboscada não existiu.

“Eu acredito que o desespero. Esse ato já é reincidente na família, já existiu em uma cidade do interior de Alagoas. Foi comprovado também que foi uma armação. E lá deu certo, conseguiram reverter uma vantagem grande também na urna. Aqui, no primeiro momento todo acreditava que tivesse acontecido a mando do nosso grupo político, mas, graças a Deus, aos poucos a população foi entendendo que aquilo não tinha nada a ver com a gente”, afirmou Daniel.

Indagado ainda se também crê na participação de Aprígio na trama, Daniel disse que antes da conclusão da polícia e do MP a única dúvida que tinha era justamente se o ex-prefeito tinha envolvimento, mas agora indicou ter certeza, inclusive avaliou o possível estrago na vida pessoal com “o que ele tentou fazer”, ao repudiar o vale-tudo na política. “Gostaria muito de acreditar que ele não está envolvido, mas fica difícil diante de tantas evidências que estão aparecendo”, falou.

“O que é mais preocupante não é o que ele tentou fazer com ele para ganhar a eleição, [mas] as consequências se não tivéssemos pessoas sérias à frente do caso. Será que eu teria essa oportunidade de estar como prefeito? Com quantos anos ia poder explicar para meu filho, de 4 anos, e minha filha, de 12, que o pai deles não era bandido? Quanto tempo de cadeia eu não poderia ter pego? Será que vale a pena se manter no poder acabando com a vida das pessoas?”, declarou.

Daniel inseriu Nóbrega na trama. “Incluo o candidato a vice Eduardo Nóbrega, que faz parte do grupo político [de Aprígio]. Eles fizeram passeata da paz. Quero ver se vão fazer passeata da paz contra as pessoas que fizeram isso. Me coloco à disposição de andar com ele. Ele foi na frente da minha casa falar que ‘estão tentando calar 300 mil moradores’ [com o ‘atentado’] e a família dele e Taboão da Serra não seriam refém de bandidos, me colocando como bandido”, reagiu.

“Está aí a prova, será que o bandido sou eu ou eles?”, disparou Daniel. Ao final da coletiva, que foi acompanhada pela imprensa nacional, ele anunciou rompimento político com Nóbrega. “Estamos rompendo com o Eduardo. Ele é do grupo político do Aprígio, participou das eleições diretamente, fez uma passeata da paz, colocou caminhão de som na frente da minha casa, chorou, falou que ia libertar a cidade, que a cidade não poderia cair na mão de bandidos”, afirmou.

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