Coletores de lixo de Embu das Artes trabalham com caminhões em número insuficiente, velhos e danificados, não têm equipamentos de proteção em situação de uso e estão com salário e benefícios atrasados. Como resultado, os moradores não têm coleta domiciliar regular e convivem com mau cheiro. O quadro de calamidade seria provocado por dívida (falta de repasse) da prefeitura com a empresa prestadora do serviço, a Enob Ambiental, estimada em R$ 100 milhões.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram caminhões de lixo com volante solto, eixos arruinados e plataforma onde os coletores ficam apoiados quebrada, pendurada rente ao chão. Freios também falham, denunciam os funcionários. De oito veículos, apenas cinco estão em operação. A consequência é que os resíduos ficam sem ser recolhidos por até 15 dias. Os empregados relatam ainda que estão com o pagamento e vale-refeição atrasados e não têm o FGTS depositado.
Os coletores realizaram uma paralisação nesta quinta-feira contra as condições de trabalho que classificam como “alarmantes”. Após a mobilização, eles foram recebidos pela direção da Enob e ouviram a promessa de que terão as reivindicações atendidas. A empresa disse que vai regularizar os pagamentos e providenciar novos caminhões para a coleta. O vereador Abidan Henrique (PSB) participou da reunião entre os trabalhadores e a terceirizada contratada pela prefeitura.
“A situação tem a ver com o atraso da prefeitura com a empresa. A empresa também está ‘tirando o corpo fora’. Para se ter ideia, oito caminhões deveriam estar rodando: três estão quebrados e cinco estão em operação ‘zuados’. Ontem, na reunião, a empresa se comprometeu a comprar cinco novos caminhões em fevereiro agora. E se comprometeu a trazer hoje dois, de Cotia, para vir para cá operar nestes dias em que está ruim a situação”, disse Abidan ao VERBO.
Os funcionários decidiram também pedir ao Ministério Público que verifique a dívida da prefeitura com a empresa. Eles estão em estado de grave, no caso de as reivindicações não serem atendidas. Desde dezembro, Embu vive situação crítica quanto ao acúmulo de resíduos pela cidade. No início do mês, o prefeito Hugo Prado (Republicanos) alegou que o excesso se devia ao período de fim de ano e saiu às ruas recolhendo sacos de lixo, em “operação” vista como “demagógica”.
OUTRO LADO
O VERBO procurou a Enob e a Prefeitura de Embu sobre o serviço de coleta de lixo precário e as condições de trabalho insalubres dos coletores, mas a contratada nem o governo municipal responderam. A empresa não se manifestou nem sobre a informação de que funcionários ficaram feridos. “O agravante é que dois coletores tiveram acidente: um quebrou a perna e outro trincou o tornozelo, porque o caminhou voltou [por falha nos freios]”, disse Abidan.
> Colaborou a Redação
Essa é a gestão do ney santos agora com.hugo prado não vai ser diferente são da mesma turma