Dissidentes afirmam que ‘G11’ elege mesa-diretora de novo e terá mais 2 aliados que irão abandonar Hugo

Em entrevista, os sete governistas pregaram 'liberdade' do Legislativo, e declararam que Hugo e Ney que são desleais, e estão prontos para nova votação da presidência

Especial para o VERBO ONLINE

Uriel, Índio, Abidan, Léo, Boblel, Abel, Diego Paixão, Gideon Junior, Zé do Piscinão, Ricardo Almeida e Juneca fazem gesto de 'corrente' para mostrar união | Gabriel Binho/Divulgação

Os vereadores da base aliada do prefeito Hugo Prado (Republicanos) dissidentes defenderam nesta quarta-feira (8) a “liberdade” de escolher um candidato a presidente governista diferente do “imposto” pelo Executivo e afirmaram que Hugo e o ex-prefeito Ney Santos que são desleais. Índio Silva (Republicanos) anunciou que o grupo terá a adesão de mais dois vereadores da situação. Os sete, com os quatro da oposição (“G11”), pronunciaram-se durante entrevista coletiva.

O presidente Abel Arantes (SDD) disse que os sete não são oposição, que buscaram dialogar com Hugo sobre um indicado ao cargo e tratou como normal ter sido escolhido pelo grupo. “Houve inúmeras conversas, porém, nunca chegava a um denominador comum. Esperaram até o dia 30 [dois dias antes da eleição] para falar algum nome. E nós já tínhamos escolhido. Nada contra eles. Fomos contra a decisão deles, porém sendo [escolhido] alguém da base”, afirmou.

“Então, não vejo nenhum problema em eu pedir o voto. Sempre tive o sonho [ser presidente], sempre pedi aos meus pares a oportunidade, acho que estou preparado. Na verdade, tenho certeza”, frisou Abel. “Somos base aliada, não teve nada escondido, e no final precisamos compor [com a oposição] para chegar à vitória. A única diferença é uma base que vai discutir, tudo que for mandado à Câmara, vamos discutir. Tudo o que for bom para a população, vamos votar”, disse.

Abel exaltou que o Legislativo terá “liberdade” para atuar, ao indicar que o tempo de truculência e ameaças do Executivo, no governo Ney, contra o Legislativo, mesmo aliado, acabou. “Estamos trazendo o voto da liberdade. A nossa maior vitória é a liberdade da Câmara, é o equilíbrio dos poderes, é ter uma Câmara forte, que vai lutar pela população. Eu fiz o pedido a todos, fui um a um, explicando o poder que temos nas mãos para trazer resultado [para a população]”, falou.

Os sete abordaram os “erros” do governo, a começar por Hugo ou Ney impor como presidente Vanessa da Saúde (União), ex-secretária de Saúde. “Vanessa não tem que ser escolhida por vereador nenhum. Ela demonstrou incompetência na cidade, trabalhando na Saúde. É uma das profissionais com mais reclamação. Ela sempre foi grossa, mal educada, ditadora. E despreparada! E por que não o Abel? Nem o grupo de lá apoia ela, desceu seco”, disparou Boblel Castilho (MDB).

Boblel relatou o outro deslize para os sete se rebelarem, ser humilhado por Hugo por ter escolhido votar em Abel. “Ele falou que eu não fui leal a ele. Fui o cara que mais o ajudou a governar esta Câmara. Começou aí o estopim. Ele me xingou, foi desrespeitoso. Mas ele desrespeitou todos esses que estavam lá, eles não gostaram. Quis me ‘pegar para Cristo’ para ameaçar os vereadores, principalmente do lado deles. Ele repetiu: ‘Aqui a gente pega para exemplo’. Mas ele errou o tiro”, disse.

Boblel apontou que Ney e Hugo que são desleais. “Eles já prometeram que o mais votado [nas eleições] seria o presidente. O Índio foi [em 2020], ‘deram o chapéu’. O Hugo prometeu ao Abel que seria ele. O Abel sempre ajudou o governo, e mais uma vez não serve o Abel. Eles esperam a gente colocar um nome para ‘dar o chapéu’ na gente, só falam na última hora quem vai ser. Só que desta vez não funcionou o segredo deles, funcionou o dos 11 homens”, disse, sobre voto em Abel.

A anedota dos “11 homens e um segredo” motivou uma revelação, feita pelo preterido nas duas últimas disputas pelo comando da Casa por Ney. “O segredo é que tem mais dois para vir”, disse Índio, sobre futura saída de mais governistas do lado de Hugo. O grupo, porém, não quis dizer quem são. Índio ainda disse que Vanessa não providenciou o pagamento aos profissionais da Saúde demitidos e os convocou para a primeira sessão, em 5 de fevereiro, para cobrar da hoje vereadora.

Abidan Henrique (PSB), oposição, mirou Ney como grande responsável pela “cisão” na base aliada, ao lembrar que o ex-prefeito pôs Renato Oliveira para comandar a Casa nos últimos biênios – em vez de Índio. “Tem um conceito da ciência política que o Ney pulou na escola, não estudou, a separação dos três poderes. Ele errou com Renato. Persistir no erro é burrice”, criticou. Léo Novais (PL) avaliou que não há “conflito” entre os dissidentes e o governo, apenas “quebra de maus costumes”.

Os demais falaram e reforçaram apenas defender a independência da Câmara. Questionado sobre a possibilidade de anulação da eleição da mesa por falhas no processo, Abel disse que o grupo está unido e decidido e repetirá a votação. “Seguiremos firmes e fortes da mesma forma. Se tiver nova eleição, não vejo problema algum, temos 11 votos e mais 2 ‘segredos'”, declarou. No fim da tarde, após a entrevista, a Justiça proferiu decisão que determina nova eleição.

VEJA NA ÍNTEGRA ENTREVISTA DOS GOVERNISTAS DISSIDENTES E DA OPOSIÇÃO (‘G11’) DA CÂMARA DE EMBU

comentários

>