O governo Aprígio (Podemos) reduziu drasticamente o orçamento de três secretarias para 2025, primeiro ano de gestão do rival Engenheiro Daniel (União). O grupo político que está deixando a prefeitura (neste dia 31) não teria desidratado as pastas por acaso, mas para já criar dificuldades aos secretários do prefeito eleito, e favorecer aliados considerados “queridinhos” com oportuno discurso de oposição nas áreas em que atuaram em vista de projetos eleitorais futuros.
As secretarias que mais terão perda de orçamento no ano que vem são Manutenção, Desenvolvimento Econômico e Esporte, em ordem inversa. O enfraquecimento das três não teria sido coincidência por conta de quem, de fato, exerceu o poder de prefeito nos últimos quatro anos em Taboão da Serra, mandou no Executivo com mão de ferro: o secretário Wagner Eckstein Junior (Administração), genro de Aprígio – e pelos que foram “agraciados” pelo manda-chuva.
O orçamento de Manutenção foi de R$ 33,7 milhões (R$ 33.701.962,27) neste ano para R$ 19 milhões (R$ 19.082.868,58) em 2025, redução de 43%. A pasta foi chefiada no início do governo por Eduardo Nóbrega. O hoje deputado estadual se aproveitou da estrutura da secretaria para se eleger e foi candidato a vice de Aprígio. Junior recebia Nóbrega no gabinete sem hora marcada enquanto dava “chá de cadeira” em vereadores. Nóbrega é o virtual rival de Daniel na sucessão em 2028.
Desenvolvimento Econômico teve a segunda maior queda de receita, de 56%, de R$ 19,5 milhões (R$ 19.561.690,40) neste ano para R$ 8,6 milhões (R$ 8.651.530,78) em 2025. Além de ter ingerência na Cultura, Wanderley Bressan comandou a pasta por 2 anos e 3 meses, com total “carta branca” de Junior. Um vereador da própria base aliada disse que, de mil PAPs (frente de trabalho), “800 eram indicados de Bressan”. Hoje, o vereador eleito é denunciado por compra de votos.
Já o Esporte foi o principal alvo de Junior, com orçamento 62% menor. Terá R$ 17,4 milhões (R$ 17.475.801,29) em 2025 – neste ano teve R$ 45,7 milhões (R$ 45.789.135,87). A pasta foi também “curral” dos Nóbrega, comandada quatro anos por Olívio, opositor “natural” de Daniel. O futuro secretário Luiz Lune disse que a transição com Olívio foi “tranquila”. Mas, solicitado pelo VERBO a detalhar, esquivou-se e não respondeu – em postura que apetece os rivais de Daniel.