Aprígio faz orçamento ‘de grego’ para Daniel; vereadores querem ‘negociar’ e param sessão por 7 dias

Mandatário de saída da prefeitura previu menos dinheiro para Obras e Manutenção em 2025; base da futura gestão inicia 'queda de braço'; prefeito eleito não dá atenção

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Marcos Paulo (União Brasil) pede interrupção de sessão por 15 minutos, mas trabalhos são suspensos até o dia 26 às 14h, e vereadores não votam orçamento municipal | Reprodução

No último ato à frente do governo municipal, ao não conseguir a reeleição, o prefeito Aprígio (Podemos) enviou à Câmara orçamento para Taboão da Serra no ano que vem no valor de R$ 1,473 bilhão (exato R$ 1.473.844.115,29). A estimativa de arrecadação representaria aumento de 2,77% em relação à previsão orçamentária para este ano, de R$ 1,434 bilhão (R$ 1.434.097.296,67) – R$ 39,7 milhões a mais (R$ 39,746.818,62). O orçamento ainda não foi votado pela Câmara.

O cenário financeiro para Taboão é de pessimismo. Se aprovado sem alteração, o orçamento terá aumento abaixo da inflação estimada para este ano, de 4,89% (IPCA). Mas, para piorar, ainda está sendo considerado fora da realidade da cidade, em repetição da previsão sempre “inflada” durante os anos do governo Aprígio – arrecadação ao final do ano aquém da estipulada. Resultado: a equipe de Engenheiro Daniel demonstra não se “iludir” com o R$ 1,473 bilhão.

“Essa é a expectativa de arrecadação. Na execução do orçamento poderá haver remanejamento nas dotações de despesas”, disse o futuro secretário de Governo de Engenheiro Daniel, Paulo Silas, ao VERBO. A reportagem apurou que a equipe do prefeito eleito está insatisfeita com a previsão de recursos para algumas secretarias e espera ter margem para fazer “ajustes”. Por lei, o orçamento pode ser remanejado em até 20%. “Depende da Câmara”, ponderou Silas.

O orçamento de 2025, com o qual Daniel vai começar a governar, prevê para a Secretaria de Educação, tradicionalmente, o maior valor, R$ 393,9 milhões (R$ 393.988.157,90). O segundo maior, como de praxe, é para a Saúde, R$ 264,1 milhões (R$ 264.161.005,63). Para a Segurança, R$ 36,1 milhões (R$ 36.141.999,27). Mobilidade Urbana saltou de R$ 27,3 milhões para R$ 42,8 milhões (R$ 42.825.330,45) como aporte previsto, em reflexo do custo com a municipalização da Régis Bittencourt.

Se “garantiu” recurso a mais em função da hoje avenida com o nome do pai – na prática, impôs despesa extra ao próximo mandatário -, Aprígio previu orçamento menor para duas pastas cruciais, para a equipe do prefeito eleito “torcer o nariz” ainda mais. A gestão prestes a desocupar a prefeitura previu para Obras R$ 123,3 milhões – ante R$ 125,1 milhões para 2024 – e para Serviços Urbanos R$ 19 milhões (R$ 19.082.868,58) – contra R$ 33,7 milhões para este ano (queda de 43%).

Os vereadores realizaram sessão nesta quarta, excepcionalmente, mas não votaram o orçamento. E suspenderam os trabalhos até a próxima quinta (26) às 14h. Segundo apurou a reportagem, a própria base do futuro governo condiciona a aprovação à disposição de Daniel de querer “negociar” mudanças na peça em vista de serem “atendidos”. Marcos Paulo (União) foi quem parou a sessão. Contra “barganha”, o prefeito eleito disse para “fazerem o que quiserem”.

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