Funcionários livre-nomeados de Taboão da Serra demitidos pelo prefeito Aprígio (Podemos) fizeram um protesto na manhã desta segunda-feira (2) em frente à nova prefeitura para cobrar pagamento de salário e rescisão. Cerca de 30 pessoas participaram da manifestação e chamaram Aprígio de “caloteiro”. É a segunda vez que LNs exonerados se manifestam. Na semana passada, um grupo também esteve na prefeitura para reclamar os direitos trabalhistas.
Na sexta-feira (29), último dia útil de pagamento ao funcionalismo no mês, os demitidos se dirigiram até o gabinete de Aprígio atrás do dinheiro pelos dias trabalhados e verba rescisória. Encontraram só um assessor do prefeito (espécie de “porteiro de luxo” – salário de R$ 5 mil) na recepção, antes tomada por “desocupados”. Eles tomaram “chá de cadeira” – sofá, no caso. “Estamos na prefeitura para tentar receber e não fomos atendidos”, relatou uma ex-LN ao VERBO.
“Somos ex-LNs e não recebemos. Não é novidade, mas é direito nosso. Nem o mês trabalhado, eles pagaram”, continuou a comissionada demitida. Uma outra funcionária não concursada dispensada também contatou este portal. “Pode me ajudar. Gostaria de denunciar o descaso do Aprígio, prefeito. Que hoje não pagou as verbas [de] rescisões dos LNs que foram demitidos. Hoje [sexta] era dia do pagamento e não foi efetivado. Somente de LNs ativos”, disse.
Em vídeos, os exonerados reagiram. “Olha que vergonha, os LNs aqui no gabinete do prefeito, aguardando alguém vir atender referente ao nosso pagamento, que não foi pago, e não tem nenhuma posição de quando vai ser pago. Ou seja, não vamos receber”, disse uma mulher. Após fazerem pressão, os ex-comissionados foram atendidos pela secretária de Gestão de Pessoas, Michele Uchôa, mas receberam como resposta que o governo municipal não tem data para pagar.
“[Pagamento] Seria hoje. Tentou-se fazer, separar dias proporcionais [salário] e indenização. Não tem como ser feito, não dá para dividir a rescisão – rescisão é dias proporcionais trabalhados e o que deve ser indenizado. Tem que receber junto, e aí tem que aguardar estabelecer a receita para poder iniciar o pagamento”, disse Michele. “Em dezembro vai começar a entrar a receita. […] É esperar o último dia útil de dezembro para ver como vai ficar. Não tem previsão”, completou.
“É isso que dá você trabalhar quatro anos, ser pontual, ventir a camiseta?”, falou um ex-LN, indignado. Aprígio demitiu pouco mais de 200 comissionados em novembro, mais de 90% em cargos ilegais, que deveriam estar fora da prefeitura desde 14 de julho. Mas o prefeito, com o genro, Wagner Eckstein Junior, secretário de Administração, manteve os LNs para engrossar a campanha à reeleição nas ruas, mesmo contra ordem judicial. Derrotado, Aprígio os exonerou.
Nesta segunda-feira, os LNs demitidos bateram panelas dentro da prefeitura, distante do gabinete de Aprígio – que não vai trabalhar desde o dia 11. O governo não os atendeu. “De secretário, só tinha a Dra. Michele, que se recusou a nos atender, disse que o que tinha de ser dito foi dito na sexta. Retornaremos amanhã”, disse ao VERBO Sousa Santos, ex-coordenador de Igualdade Racial, exonerado no dia 13. “Aprígio, pague a gente, tire a mágoa do coração”, falou, em vídeo.
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