Engenheiro Daniel tem 73 mil votos, não vence eleição, mas enfrentará ‘derrotado’ Aprígio no 2º turno

Ele teve 48,98% dos válidos - ficou a cerca de 1% de liquidar o pleito neste domingo; prefeito teve menos apoio nas urnas do que em 2020; Luzia Aprígio não se reelegeu

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Engenheiro Daniel (União), que teve 73.479 votos (48,98%), enfrentará o prefeito e candidato à reeleição Aprígio (Podemos), que recebeu 38.896 votos (25,93%) | AO/Verbo/Divulgação

Engenheiro Daniel (União Brasil) recebeu votação maciça, mais de 73 mil votos (73.479), mas não conseguiu vencer a eleição neste dia 6 de outubro e vai enfrentar o prefeito Aprígio (Podemos) no 2º turno na disputa à prefeitura de Taboão da Serra, no próximo dia 27. Ele teve 48,98% dos votos válidos – faltou pouco mais de 1% para liquidar o pleito -, enquanto o atual mandatário somou 25,93% (38.896 votos). Fernando Fernandes (PSDB) ficou em terceiro (29.892 votos – 19,93%).

Apesar da “frustração” de – por muito pouco – não sair vitorioso já no 1º turno, Engenheiro Daniel obteve dianteira frente a Aprígio de mais de 34 mil votos (34.583). Alcançou resultado tão expressivo que superou até a própria votação no 2º turno em 2020 (66.158 votos) – quando amargou derrota para o atual prefeito por apenas 1.695 votos. Ou seja, o “jovem” político (40 anos), no terceiro pleito que disputa, só perderá o comando da prefeitura por uma fatalidade – “hecatombe política”.

A conta é simples. Taboão teve outros dois candidatos à prefeitura. Nil Félix (PSOL) obteve 6.086 votos (4,06% dos válidos) e Marcos Costa (Novo), 1.654 votos (1,10%). Portanto, na soma do resultado dos quatro adversários de Aprígio, mais de 111 mil moradores (111.111) decidiram não votar no atual prefeito. Mesmo que os votantes dos outros três candidatos não eleitos rejeitem Engenheiro Daniel, é praticamente impossível uma transferência de votos de (quase) 100% para Aprígio.

Para piorar a situação do mandatário, Aprígio teve agora menos votos que no 1º turno em 2020, quando, tido como renovação – mesmo veterano (hoje com 72 anos e candidato ininterrupto desde 2004, de vereador a deputado federal) – e nome da mudança, alcançou 44.400, 32,01% dos válidos. Na Taboão que saiu das urnas neste domingo, ele perdeu 5 mil votos (5.504). No 2º turno há quatro anos, foi vitorioso com 67.853 votos – abismo diante do atual resultado.

O desempenho sofrível indica que Aprígio faz governo mal avaliado pela maioria da população. Até a vereadora Luzia Aprígio (Podemos), mulher do prefeito – cujo gabinete é “extensão” da prefeitura – não foi reeleita. “Um último suspiro para este governo fraco”, diz o morador Rafael Silva, sobre Aprígio ir ao 2º turno. “Ele já foi derrotado. Além de tirar 35 mil votos, sabe que os votos de Fernando, Nil e Marcos são contra o governo dele. Luzia perdeu, outra derrota sentida”, completa.

Já Engenheiro Daniel precisará apenas “administrar” a vantagem. Ele não teria sofrido desgaste político significativo por ser apoiado pelo prefeito Ney Santos (Embu das Artes) – apontado pelo Ministério Público como ligado a facção criminosa -, mesmo chamado por Aprígio de “candidato do crime”. Ele teve grande votação, mas não a mais alta. O recorde são 81.290 votos (60,05%), em 2012, obtidos por Fernando, que lançou Daniel na política – “criatura” derrotou “criador”.

VEJA A VOTAÇÃO A PREFEITO DE TABOÃO DA SERRA EM 1º TURNO

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