Os prontos-socorros municipais de Taboão da Serra que assistem adultos, o PS Antena, no Jardim Record, e a UPA Akira Tada, no Jardim Helena, voltaram a ter demora no atendimento e reclamações de pacientes no início desta semana, mesmo com gestão de outras empresas, contratadas pelo governo Aprígio (Podemos), por preço mais caro, R$ 21 milhões a mais. Há cerca de dez dias, um morador foi embora após nenhum médico aparecer para atender no Antena.
Nesta terça-feira (26), a moradora Juliana Moreira postou em rede social vídeos e fotos do Antena lotado com dezenas de pessoas à espera de atendimento, sentadas e de pé nos corredores. Ela chegou a cobrar Aprígio para ir ao PS “verificar o caos”. “Vários pacientes aguardando mais de 2h30 para ser atendidos, idoso, prioridade, aguardando 3h”, escreveu. “[Obrigado] por colocar seus prédios na frente das pessoas”, criticou, sobre o político comandar cooperativa.
Nesta quarta-feira (27), segundo “O Grito”, uma paciente enfrentou também problema na unidade de pronto-atendimento. “UPA Akira Tada lotada. Meu filho com crise de bronquite e mesmo assim a gente esperando desde as 9:00”, relatou. Na postagem, uma mulher, Juliana Dias, comentou que nos últimos dias a UPA tem só um médico. “A demanda de pacientes é grande e quando chega emergência o único tem que parar o atendimento e correr para a emergência”, disse.
A internauta Mary Kika, que seria a mãe do garoto em crise, disse que a UPA até reunia mais médicos na ocasião, mas como se não tivesse. “Agora [o filho] se medicando. Tem 3 médicos, mas só um atende e outras 2 só ficam passeando”, falou, às 11h28. A paciente Marlene Lopes acusou que o sufoco não é só na UPA e citou o Antena. “Ontem cheguei lá era 15h15 e saí às 19h40. Super lotado, muita gente que estava lá desde as 10 da manhã não tinha sido atendido ainda”, disse.
Outra usuária da saúde municipal, Sandra Bastos, também reprovou o atendimento do PS na estrada Tenente José Maria da Cunha. “Não só o Akira, o Antena também está um caos, cada dia pior. Informatizaram o hospital, mas continua uma calamidade. Cheguei às 10 da manhã, saí de lá era 4 da tarde. Um calor insuportável, não tem ventilação, o ar condicionado, só na sala de medicação. [O] Prefeito Aprígio precisa dar uma olhadinha para esse ponto onde o povo mais sofre”, cobrou.
No último dia 18, de madrugada, o morador Alexsander Irineu, com acompanhante, também foi ao Antena e teve que ir embora por falta de atendimento – nenhum médico teria aparecido nos consultórios. Ele gravou um vídeo para a família. “Ó, mãe, nós chegamos aqui era 3h10. 3h10! Vai dar 5 horas da manhã e nós não fomos atendidos ainda, nesta disgrama de hospital velho! […] 5 horas da manhã, já tem duas horas que a gente está aqui neste lixo!”, protestou o jovem.
A mãe compartilhou o vídeo na internet com recado ao prefeito contra o descaso. “Olha que absurdo de novo. Quem cuida de Taboão da Serra já passou da hora de se manifestar. Até quando vamos ter que ficar colocando em rede social nosso Taboão da Serra para termos uma atitude que nós, cidadãos, precisamos e merecemos [?]”, reclamou Roseli Irineu. “Os médicos trabalham em outros hospitais e vão dormir no Antena. Não tem chefia”, criticou a amiga Cley Sousa.
Aprígio tirou a SPDM da gestão dos três PSs de Taboão – Antena, UPA e PS Infantil -, “jurando” melhorar o atendimento. Na última vez, pagou R$ 7.341.106,56 por mês, R$ 88.093.278,72/ano. Neste ano, contratou a Associação Hospitalar Beneficente do Brasil (AHBB) para assumir o Antena, por R$ 56.216.133,12, e a Beneficência Hospitalar de Cesário Lange para gerir PSI e UPA, por R$ 53.602.812,12. Total: R$ 109.818.945,24. Ou seja, R$ 21.725.666,52 a mais – mas sem a melhora prometida.
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