Casa de 3 andares cai no Pirajuçara; morador cobrou prefeitura para fiscalizar construção no fundo

'Eu não sei se [fiscais] vieram ou não, não deram nenhuma devolutiva. Mas a obra seguiu da mesma forma', diz munícipe; residentes não se feriram apesar do pavor

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Casa cai, vista a partir da estr. Kizaemon e de imóvel vizinho; escombros do sobrado na obra do imóvel no fundo, que causou incidente, apontam moradores | Divulgação|Verbo

Uma casa desabou e outras duas – vizinhas – ficaram parcialmente danificadas na manhã desta segunda-feira (9) em Taboão da Serra, no Jardim Maria Luiza (região do Pirajuçara), na rua David da Silva Meireles. As pessoas que estavam nas residências, ao perceberem a iminência do colapso, deixaram as moradias a tempo e não se feriram, apesar de tomadas pelo desespero. Moradores atribuem o incidente a construção irregular no terreno atrás dos imóveis.

Os imóveis atingidos foram os de números 334, 336 e 344. Os moradores começaram a notar o risco iminente de desabamento na semana passada quando o proprietário da casa 334 avisou o da 336 sobre o aparecimento de algumas rachaduras do fundo da residência. Neste domingo, o outro vizinho afetado, do 344, perguntou ao morador da casa 336 sobre a ocorrência de danos, por conta de que a residência dele também passou a apresentar várias trincas.

Por volta de meia-noite, diante de “estalos” na casa 334, o morador da 336 foi falar com o vizinho e disse que não era seguro permanecer no local, e também deixou a própria residência com a família. Às 9h30 desta segunda, justamente a casa 336, de três andares, desabou – o sobrado caiu como um bloco inteiro, em cena que assustou a vizinhança. Morador do imóvel, com o filho, a companheira e o filho dela, o pedreiro Helder Araújo só pôde retirar um eletrodoméstico.

“Consegui tirar somente uma geladeira, o restante fico tudo. Não deu tempo, a casa já estava começando a ceder”, disse Helder ao VERBO. Apenas 15 minutos depois de a família sair, a casa “desceu”. “Quando começou a estremecer, eu estava lá dentro. Fui pegar umas roupas do bebê [filho de 3 anos] pelo menos. Foi o tempo de eu descer – todo mundo [falando] ‘vai, vai’ -, ela foi tombando para a esquerda [direita para quem olha da rua]”, disse a companheira Suzy Norbiato.

O terreno no fundo das casas atingidas fica na estrada Kizaemon Takeuti na altura do 1.450 – a apenas 60 metros da 2ª Delegacia de Polícia. Segundo vizinhos, o proprietário comprou a área há cerca de 2 anos, demoliu sobrados existentes na propriedade e começou a construir na área, com a retirada irregular de terra do local, o que gerou um “buraco” debaixo da residência que desabou. Os moradores afetados acusam o proprietário de “imprudência, irresponsabilidade”.

“Tudo começou a partir do momento que o proprietário do terreno do fundo começou a fazer demolição das casas, alguns sobrados e na frente mais duas residências, de aluguel. Ele resolveu demolir e fazer nova construção. Como vi que não tinha nada de fiscalização, de alvará tanto para demolição como para construção, comecei a questioná-lo, perguntando como iria fazer a construção, imaginando o risco que poderia causar nas casas”, disse Helder à reportagem.

Helder aponta que a terraplanagem irregular fez a casa desabar. “Trabalho na construção civil, minha família há mais de 30 anos também trabalha no ramo, a gente tem um pouco de experiência. O que causou foi a retirada da terra no imóvel do fundo. Ele começou a fazer a remoção sem se precaver com os danos que poderiam ocorrer. Quando fez a demolição, ele quis preservar uma parede colada à minha e uma lateral. O restante, ele demoliu tudo”, afirmou.

O morador começou a observar que a construção no terreno causou os primeiros danos pelo menos na própria residência há duas ou três semanas, mas procurou o poder público para vistoriar o local em abril. “Como eu estava bem apreensivo, há uns quatro meses entrei em contato com a prefeitura para pedir uma fiscalização dessa obra. Eu não sei se vieram ou não, porque eles não deram nenhuma devolutiva. A obra continuou da mesma forma”, declarou Helder.

O governo Aprígio (Podemos) alegou que a obra estava paralisada. A Defesa Civil interditou as três casas – da que ruiu só sobrou o quintal. Técnicos do Crea (conselho de engenharia) vistoriaram os imóveis. Este portal não conseguiu falar com o dono da área, de prenome Ed Carlos, que, chamado pelas vítimas, compareceu ao local. Ele logo se retirou e mandou um advogado para cuidar do caso. Ele prometeu custear moradias até os residentes terem as casas reconstruídas.

VEJA VÍDEOS DA CASA DE 3 ANDARES DESABANDO APÓS CONSTRUÇÃO COM RETIRADA DE TERRA NO TERRENO DO FUNDO

Vídeos – Divulgação

comentários

  • Dono do terreno e Inresponsavel como ele tira barro do terreno e não faz muro para da proteção à casa de cima

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