Justiça suspende ‘Embu Country Fest’, de cachê milionário pago pelo governo Ney, com saúde precária

'Há fortes indícios de emprego irregular de verbas públicas nos gastos com o evento, [...] pois [há] diversos setores carentes de investimento no município', adverte juíza

Especial para o VERBO ONLINE

'Embu Country Fest' anuncia atrações, e Ney faz divulgação no Parque Rizzo, mas Justiça suspendeu evento que começaria nesta 5ª, diante de má gestão na saúde | Divulgação

A Justiça determinou a suspensão do “Embu Country Fest”, shows com artistas famosos da música sertaneja promovido pela Prefeitura de Embu das Artes, com contratação milionária com dinheiro dos cofres municipais sem licitação. O evento começaria nesta quinta-feira (28) e iria até domingo (1º). O prefeito Ney Santos (Republicanos) resolveu pagar cachê estimado de R$ 4 milhões às atrações enquanto oferta atendimento precário à população em serviços essenciais.

O “Embu Country Fest” anunciava shows de Leonardo, Bruna Viola, Wesley Safadão, Jorge e Mateus, e Tirulipa, no Parque Francisco Rizzo, com entrada “gratuita” ao público, mas pago com dinheiro do contribuinte de Embu – Ney alegou “inexigibilidade de licitação” a bel prazer, sem busca por melhor preço, para gastar o recurso público. No entanto, a Justiça barrou a “gastança”, com parecer favorável do Ministério Público, ao julgar que a prefeitura tem má gestão financeira.

“Restou suficientemente demonstrada a probabilidade do direito alegado. Segundo o autor popular, o município passa por implicações financeiras severas, deixando de prover à população serviços públicos essenciais, sobretudo, na saúde, havendo suspeita de ato de improbidade. Aduziu que o festival se mostra contrário ao interesse público, vez que o dinheiro utilizado seria melhor aplicado em políticas públicas”, aponta a juíza Barbara Carola Hinderberger, de Embu.

Desde pelo menos 2020, Ney realiza apenas parcialmente o repasse financeiro às organizações de saúde gerenciadoras dos pontos-socorros de Embu, que são trocadas constantemente, em prejuízo aos pacientes e aos funcionários que ficam sem receber salário e direitos. “O autor popular também informou a existência de ação penal [contra o] requerido Claudinei Santos, […] notadamente envolvendo desvios de valores destinados à saúde pública”, observa a juíza.

A magistrada cita que o autor da ação, além de ter pedido de informações sobre o festival sertanejo ignorado pelo governo, demonstrou as “falhas na prestação dos serviços públicos essenciais, especialmente quanto à saúde, inclusive quanto ao pagamento das equipes hospitalares”. Em capítulo mais recente da má gestão administrativo-financeira, Ney deixou de fazer repasse de verba devido para pagamento de médicos contratados para os PSs.

“Há efetivamente fortes indícios de emprego irregular de verbas públicas nos gastos com a organização do evento, sobretudo com relação ao do cachê pago aos artistas, pois é de conhecimento público a existência de diversos setores carentes de investimentos dentro deste município, vez que diversas foram as representações que aportaram a Promotoria de Justiça de Embu das Artes informando sobre o atraso no pagamento dos profissionais da saúde”, diz a juíza.

Diante do serviço básico precário, a “farra com o dinheiro público” para promoção pessoal do prefeito e do vice-prefeito Hugo Prado (Republicanos) – pré-candidato a prefeito em 2024 – não passou imperceptível. “Inegável a desproporcionalidade entre a capacidade financeira do município […] e os altos valores empregados para a realização da festividade em questão; há indícios, destarte, de ato claramente lesivo ao patrimônio público […]”, afirma a magistrada.

“Defiro os pedidos formulados […] para determinar ao chefe do Poder Executivo a imediata suspensão da realização de shows das bandas e cantores, […] e que não promova quaisquer pagamentos/ transferências financeiras em favor dos contratados, inclusive gastos acessórios como montagem de palco especial, iluminação, som, recepção, alimentação, hospedagem, locação de equipamentos […], sob pena de multa diária de R$ 100.000,00”, decide a juíza Barbara.

A ação popular contra o “Embu Country Fest” foi ingressada pelo vereador Abidan Henrique (PSB), por meio do advogado Marco Aurélio do Carmo. Ele comemorou a decisão da Justiça. “Embu das Artes tem prioridades que o prefeito Ney Santos não está olhando. Creio que todo esse dinheiro deveria ser investido em saúde, educação, cultura, e não na contratação de artistas famosos! O prefeito precisa enxergar as reais necessidades das pessoas”, disse o parlamentar ao VERBO.

VEJA DECISÃO JUDICIAL QUE DETERMINA SUSPENSÃO DO ‘EMBU COUNTRY FEST’

Reprodução

comentários

  • Como pode um absurdo cidade não tem.medico cara so pensa em festa vereadores não cassa esse maldito prefeito

  • Como pode as upas e postos de saude não tem medicamento médicos não recebem ai esse prefeito sem compromisso com município fica fazendo festa os vereadores tudo da base dele ninguem toma providência

  • Essa justiça brasileira e um absurdo esse prefeito faz que bem quer na saúde nem medico tem cara so faz festa olha ai população prefeito que vcs escolheram

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