Com sinais de embriaguez, delegado ex-secretário de Segurança de Taboão agride GCMs em SP

O delegado da Polícia Civil Rodrigo Gentil Falcão derrubou no chão um agente da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo e agrediu outros GCMs na madrugada deste domingo (11) em Pinheiros (zona oeste de SP). Com sinais de embriaguez, ele empurrou e hostilizou os guardas após a namorada ser abordada por causar um acidente de trânsito. Falcão foi secretário de Segurança de Taboão da Serra, no governo Aprígio (Podemos), demitido em outubro do ano passado.

O caso teria ocorrido por volta de 3 horas da madrugada, quando a GCM abordou a namorada de Falcão, Luísa Castilho. Um motorista de aplicativo acionou os agentes após a mulher bater no veículo que dirigia e fugir, segundo ele. “A condutora do veículo, do Ônix preto, furou o farol vermelho, acabou colidindo em meu carro e se evadindo do local. Como ela entrou dentro do estacionamento, como ela estava totalmente alcoolizada, eu pedi a ajuda deles [GCMs]”, diz o homem.

Ao sair do carro, a mulher teria apresentado sinais de embriaguez, falado que o namorado era delegado e que iria chamar o policial para resolver a situação. Conforme relato, segundo o “G1”, Falcão chegou ao local e tentou coagir o motorista de aplicativo, que teve o para-choque e placa arrancados. Ele ainda entrou no veículo do homem. Os guardas relatam que pediram várias vezes para que Falcão apresentasse a carteira funcional, mas o policial se negou.

Quando um dos agentes tentou retirar Falcão do carro, o delegado ameaçou pegar a arma que portava, e foi atingido por uma pistola de choque. “O namorado dela apareceu no local, falando que a Guarda não era nada, não tinha autoridade para conduzir [a delegacia]. Ele fez menção de sacar a arma. Neste momento, eu usei um armamento não letal, de condutividade elétrica, para repelir a agressão dele”, disse o subinspetor da GCM Ruben Amaral ao “Fantástico” (TV Globo).

Falcão e a Luísa foram conduzidos ao 14º Distrito Policial (Pinheiros). Mas a confusão continuou. Após ainda tentar puxar a namorada para impedir que fosse detida, em vão, o delegado, bastante alterado, resistiu a entrar no DP. “Para, sai fora”, gritou para um GCM. Em seguida, Falcão empurrou o agente da Guarda Metropolitana, que foi ao chão, na porta da delegacia. Com intervenção de policiais, entre eles militares, ele finalmente foi levado para dentro da unidade.

Depois, no páteo do DP, os policiais ainda tentaram acalmar Falcão, mas ele continuou a hostilizar os guardas, entre eles a GCM que conduzia a namorada. “‘Tá’ pegando a minha mulher. É lésbica. Tira a mão dela, tira a mão dela. Tira a mão dela”, esbravejou. Um policial civil tentou fazer Falcão parar e disse que ele estava “bastante alterado”. “Rodrigo, Rodrigo… Por favor”, falou. Ele se incomodou com o tratamento dispensado pelo colega. “Doutor Rodrigo…”, retrucou.

A Corregedoria da Polícia Civil pediu exame clínico de embriaguez e toxicológico, tanto para Falcão como para a namorada. Segundo o “G1”, eles se recusaram a fazer o teste do bafômetro. Ainda de acordo com o portal, ambos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal, mas o delegado alegou mal-estar e não teria realizado nenhum exame. Ele foi levado à Corregedoria, mas na manhã deste domingo já tinha sido liberado, enquanto os GCMs permaneceram no local.

Falcão teve a arma apreendida, segundo o boletim de ocorrência, “em razão de o mesmo apresentar claros sinais de embriaguez, como forte odor etílico, olhos vermelhos e comportamento agitado”. Ele alegou que foi agredido e “o GCM que me torturou com choques, já prevendo que poderia ser preso, simulou uma queda”. A Corregedoria registrou a ocorrência como irregularidade funcional, embriaguez ao volante, fuga do local do acidente, desacato e resistência na delegacia.

Falcão já se envolveu em várias confusões. Ele foi exonerado em Taboão após dar um soco no rosto de uma mulher. Na pasta, ele atacou uma GCM feminina ao dizer que “batia punheta” em base da Guarda e outra agente ao acusar de “criminosa”, e causou briga em bar, entre outras polêmicas. Os fatos foram noticiados pelo repórter do VERBO Adilson Oliveira. Em tentativa de intimidação, ele abriu inquérito policial contra o jornalista – alega “stalking” (perseguição).

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