O adolescente de 13 anos que matou a facadas a professora Elisabeth Tenreiro e feriu outras cinco pessoas na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia (zona oeste de São Paulo), na manhã desta segunda-feira (27), é de Taboão da Serra e tinha sido transferido de um colégio estadual na cidade, a E.E. José Roberto Pacheco, no início do mês. Uma funcionária do colégio no Pazzini chegou a fazer um boletim de ocorrência contra o jovem por ameaçar atacar a escola.
No BO, o adolescente é descrito como uma pessoa de perfil agressivo. A funcionária relatou que o jovem vinha tendo um comportamento suspeito nas redes sociais, “postando vídeos comprometedores, por exemplo, portando uma arma de fogo e simulando ataques violentos”. “O aluno encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por WhatsApp e alguns pais estão se sentindo acuados e amedrontados com tais mensagens e fotos”, diz trecho do boletim.
O BO, por fim, diz que os responsáveis pelo adolescente foram convocados à escola José Roberto Pacheco e informados pela direção de que providências seriam tomadas. O boletim foi feito no dia 28 de fevereiro. Em entrevista coletiva, o secretário estadual de Educação, Renato Feder, disse que o jovem foi transferido da escola em Taboão em 6 de março – apesar do perfil e do comportamento hostis, a única providência teria sido mudar o estudante de colégio.
A Secretaria Estadual de Educação não informou se o adolescente tinha algum acompanhamento especial por parte da escola. Ele estava no 8º ano do ensino fundamental. Também na entrevista, o secretário estadual de Segurança, Guilherme Derrite, confirmou que o autor dos ataques foi transferido do colégio em Taboão por ter histórico de violência. A pasta de Educação confirmou que o aluno tinha se envolvido em uma briga com um colega na sexta-feira (24).
A diretora da escola tinha conhecimento da briga entre os estudantes e iria conversar com os envolvidos na manhã desta segunda, ainda segundo a pasta. O entrevero, no entanto, ainda não havia sido registrado na “Plataforma Conviva” (Placon), sistema em que os profissionais de educação devem notificar as ocorrências escolares. De acordo com a secretaria, contudo, as escolas têm um prazo de sete dias para registrar os casos de conflito na comunidade escolar.
O adolescente usou uma máscara de caveira ao realizar o ataque. O delegado Marcus Vinicius Reis, da 34ª Delegacia (Vila Sônia), na qual o caso é investigado, disse que a polícia apreendeu uma arma de air soft e outra máscara na casa do agressor. Por volta das 15h30, 33 pessoas já haviam prestado depoimento. Às 16h, o autor do ataque seguia na delegacia. Ele deve ser encaminhado à Vara da Infância da Juventude e depois seguir para internação na Fundação Casa.
O adolescente matou Elisabeth, de 71 anos – que lecionava ciências -, com facadas pelas costas. Uma das professoras feridas, Ana Célia Rosa, seguia internada estável durante a tarde, após ser operada. As docentes Jane Gasperini e Rita de Cássia Reis e dois alunos foram socorridos e tiveram alta. O agressor foi imobilizado pela professora de educação física Cintia Barbosa. A polícia investiga se o jovem teve ajuda de algum adulto. A escola ficará fechada por uma semana.
Tudo poderia ter sido evitado se as autoridades tivessem tomado providências cabiveis, inclusive na transferência descrito os motivos os quais ele estava sendo transferido para que a outra instituição tomasse conhecimento e ficasse alerta, assim como informado ao conselho Tutelar de Taboão da Serra, se é que não foi comunicado e tambem foi negligente. Creio que tanto os pais, como muitos foram negligentes, facil transferir o filho, não comunicar o motivo, uma forma de se esquivar da sua responsabilidade como pais que deveriam ter buscado ajuda entes do fato consumado.