Os 94 deputados estaduais eleitos e reeleitos no pleito de 2022 tomaram posse na Assembleia Legislativa de São Paulo nesta quarta-feira (15), entre eles Analice Fernandes (PSDB), Eduardo Nóbrega (Podemos) e Najara Costa (PSOL, mandato coletivo), da região. Na cerimônia, Analice demonstrou protagonismo e reclamou da ausência das mulheres na mesa que dirigiu os trabalhos. Após a sessão solene, os parlamentares elegeram André do Prado (PL) presidente da Casa.
No rito de posse à 20ª legislatura, diante da formulação do juramento de “desempenhar o mandato promovendo o bem geral do Estado de São Paulo, dentro das normais constitucionais”, cada deputada e deputado, após chamada em ordem alfabética, disse “Assim eu prometo”. Analice levantou o braço direito e fez o compromisso. Nóbrega – cujo prenome é Carlos – foi pulado. “Cometi um erro, quase que não dá posse”, disse o ainda presidente Carlão Pignatari (PSDB).
“Era o mesmo nome que o meu, e eu pulei. O senhor me desculpa, deputado”, justificou Carlão. “Jamais, [o senhor] faria isso [não dar posse]. Assim o prometo”, disse Nóbrega, “político” já no primeiro ato na Casa, diante do colega de partido que hoje combate. Mônica Seixas (PSOL) fez o juramento pelo mandato coletivo integrado por Najara. “Pelo povo preto, pelas mulheres, pela comunidade LGBTQIA+, pelos indígenas e pela Sabesp pública, assim eu prometo”, discursou.
No início da eleição da nova mesa-diretora da Assembleia, Analice, líder do PSDB na Casa, se posicionou. Carlão, colega de partido da deputada, tinha chamado apenas homens para ocupar a mesa e ajudar na votação, quando Analice fez uma solicitação: “Vossa Excia. convidou dois homens para fazer e acompanhar a apuração. Gostaria que o senhor convidasse…”. Carlão a interrompeu. “Podemos trocar, deputada… Podemos trocar, não há nenhum problema”, disse.
“Deixa eu só concluir”, pediu Analice. “Você cede o lugar para a deputada Analice Fernandes, por favor?”, falou Carlão a um dos deputados que tinha chamado à mesa. “Não é isso, eu não quero ocupar o lugar, gostaria que sempre que tivesse uma oportunidade uma mulher fosse convidada…”, respondeu Analice, interrompida de novo. “Pois não, obrigado, deputada Analice”, disse Carlão, impaciente. “Deixa eu concluir, deputado”, retrucou ela, para subir o tom.
“Eu gostaria que uma mulher fosse convidada, e não interrompida nunca mais nesta Casa, respeitada o tempo todo! Nós somos em 25 e merecemos respeito sempre”, reagiu Analice. Carlos Giannazi (PSOL), que tinha tido primeiro embate com Carlão ao ter negado pedido de tempo para que os candidatos a presidente da Casa (ele e Prado) apresentassem propostas, e Mônica, de esquerda, que estavam ao lado de Analice, aplaudiram a deputada, entre outros parlamentares.
Prado foi eleito presidente com 89 dos 94 votos, inclusive de Analice e Nóbrega. Aliado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ele já tinha a eleição dada como certa após costurar um leque de apoios que inclui PT e PSDB e unificar o PL (maior bancada – 19 deputados), formada pelo centrão e bolsonaristas. O PT (segunda maior bancada – 18 deputados), com Teonílio Barba, manteve o segundo cargo da mesa, 1ª secretaria. Do PSDB, Rogério Nogueira foi eleito 2º secretário.
Após a posse, Analice disse iniciar o sexto mandato na Alesp grata aos que “confiaram em nossas intenções e aprovaram nosso trabalho”. “Como mulher, mãe, avó, enfermeira é uma honra representar meus eleitores e o Estado de São Paulo. Continuarei defendendo as bandeiras que acredito, pelo combate à violência contra a mulher, por uma educação e saúde de qualidade, pela valorização da enfermagem e defesa dos municípios que eu represento”, afirmou.
Nóbrega considerou a ocasião da posse “um dia muito feliz”. “Tomar posse como deputado estadual eleito por São Paulo é uma grande conquista. Tenho como propósito continuar trabalhando da maneira como vocês conhecem, representando o nosso povo. Assim como vocês me elegeram vereador por dois mandatos em Taboão da Serra, me confiaram agora essa importante missão e podem ter certeza que irei honrar cada voto de confiança que recebi!”, disse o estreante.
Najara proclamou que “há mudanças na política taboanense” e frisou rejeição à privatização da Sabesp, projeto de Tarcísio. “Nossa região agora tem representação de mulher negra e periférica na Alesp e esse é só o começo, pois a política coronelista de precisa acabar! Pelo povo preto, pelos indígenas, pela comunidade LGBTQIA+, pelas mulheres, pela defesa da Sabesp 100% pública, por serviços públicos de qualidade, estamos na luta dentro e fora do parlamento!”, disse.
VEJA MANIFESTAÇÕES DE ANALICE FERNANDES, EDUARDO NÓBREGA E NAJARA COSTA APÓS POSSE
Nossa região passa por desafios que não podem esperar por ações demagógicas, que criam esperanças para o povo em dias de eleição/votação, ganha-se eleição e após, há acomodação geral e dirigentes passam a se locupletar através dos cargos que conquistaram através do voto, conquistados com argumentos muitos duvidosos e o povo de boa fé acaba acreditando, mas imediatamente são esquecidas. Vivemos as mazelas de governantes, que através das mídias se pintam de habilidosos, preparados e extremosos gestores e políticos preparados, mas o que estamos vendo na realidade em nossa região é: DESMATAMENTO SEM CONTROLE, POLUIÇÃO SONORA, INUNDAÇÕES, INCLUSIVE EM UM DOS MAIORES EIXOS RODOVIÁRIOS DO BRASIL, PARALISANDO O TRANSPORTE E A CONEXÃO DAS CIDADES DA REGIÃO E TAMBÉM DO EIXO SUL DO BRASIL. AS INVASÕES, QUE SE ACENTUARAM DE FORMA VERTIGINOSA NOS ÚLTIMOS ANOS. As tão prometidas intervenções não acontecem e há anos assistimos essa verbalização sem realização, vai aí algumas: VIADUTO DE RETORNO DO SHOPPING TABOÃO, MARGINAIS PARALELAS À BR 116, LIGAÇÃO DO VIADUTO NA ALTURA DO SANTA CLARA EMBU DAS ARTES À RAPOSO TAVARES ATRAVESSANDO PELA REGIÃO DA RESSACA/ITATUBA/CAPUAVA, HOSPITAL REGIONAL DE EMBU DAS ARTES, ETC. Agora aparentemente temos representação política na região com três deputados estaduais, hora de mostrar A que vieram, deixar de lado palavras e vozes, começarem a agirem e mostrar para o povo que ainda há esperança e esperamos que a regaste.