UBS Pq. Laguna foi erguida em área legal e tinha falhas sanáveis, e Aprígio não quis obra, diz Fernando

Iniciei a construção em espaço institucional fruto de projeto da CDHU em Taboão, 'dentro da legalidade', e erros na construção seriam corrigidos, afirma ex-prefeito

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Fernando diz que obra da UBS Laguna está paralisada por 'má conduta política' de Aprígio e que moradores têm que cobrar o término da unidade de saúde do bairro | Reprodução

O ex-prefeito Fernando Fernandes (PSDB) disse nesta terça-feira (24) que as falhas na obra da UBS Parque Laguna eram “sanáveis” e teriam sido corrigidas se estivesse à frente da prefeitura, e que iniciou a construção da unidade básica de saúde em área institucional decorrente de projeto da CDHU (companhia estadual de habitação) em Taboão da Serra, “tudo dentro da legalidade”. Ele declarou que “a verdade é uma só, Aprígio não queria dar continuidade a essa obra”.

Fernando fez as afirmações em entrevista ao VERBO e ao “Jornal Atual”, socilitada pelos veículos. Ele foi ouvido após o prefeito Aprígio (Podemos) enviar aos dois órgãos de imprensa um laudo técnico com apontamento de irregularidades na obra – como falta de execução de vigas, pilares mais finos ou em posição distinta do projeto e embarrigamento de murro de arrimo – e ensaio do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) que indica baixa resistência do concreto.

Fernando falou inicialmente sobre o terreno escolhido para a obra da UBS e negou utilização indevida. “A CDHU comprou a área dos [da família] Basile e se tornou proprietária. Entrou com projeto de construção de um conjunto habitacional [reivindicado pelos sem-terra] na prefeitura, enquanto eu era o prefeito. Então a prefeitura tinha o direito de apontar uma área institucional. Eu escolhi a área contíngua com a avenida para construir um posto de saúde”, disse.

Fernando disse que adotou os trâmites legais. “Fui à CDHU, inclusive informei ao [então] secretário da Habitação Flávio Amary que estaríamos usando aquela área para implantação da unidade básica de saúde, que era um direito nosso, direito da prefeitura. Eu determinei, medimos qual era o tamanho da área institucional a que tínhamos direito, pedimos a área, informamos a CDHU e tomamos posse, e abrimos concorrência para construção da UBS”, afirmou.

Ele então citou a notificação extrajudicial do órgão questionando a obra no terreno. “Creio que houve um certo desinteresse da CDHU para que tivesse continuidade o projeto habitacional. Mas o projeto já tinha sido dado entrada na prefeitura. Mas mesmo assim devem ter tentado, mandaram esse documento que o Aprígio disse que recebeu, dizendo se não queria voltar atrás. Mas não tinha mais volta, até porque a obra [da UBS] já estava sendo realizada”, ressaltou.

“O projeto existe ainda, acredito até que os movimentos pró-moradia continuam lutando para que tenha encaminhamento. Essa é a questão do terreno. Está tudo dentro da legalidade. Nitidamente, no documento, eles estão vendo se querem [prefeitura] conversar”, frisou Fernando. A notificação é de setembro de 2021, mas Aprígio só divulgou no fim do ano passado. Também estranhamente, ela cita, erroneamente, que a obra da UBS é uma parceria-público-privada.

Sobre os erros de construção da UBS, Fernando foi enfático em dizer que foi quem primeiro identificou as falhas, e que seriam corrigidas. “Quem apontou os primeiros problemas foi o nosso governo, não foi o do Aprígio. A nossa fiscalização, o nosso fiscal de obras, o engenheiro responsável apontou, e fomos lá e cobramos a empresa que havia pontos que não estavam concordantes e precisariam consertar. E eles tomariam as providências, e a obra continuaria”, disse.

“Teve o problema do abalroamento, que a empresa fala que não foi erro de projeto, foi uma máquina que operava no alto do muro e acabou abalroando, e eles corrigiriam – o secretário de Obras me informou que houve várias reuniões entre a secretaria e a construtora, e concordaram em mudar. Enfim, eram problemas sanáveis. Quando tomou posse, o Aprígio achou por bem parar a obra, e começou a apontar todos esses problemas”, disse ainda o ex-prefeito.

Fernando apontou ato político. “A verdade é uma só, Aprígio não queria dar continuidade a essa obra. Porque teve início no nosso governo. É um problema da velha política, não se dá continuidade a obras de governo passado. É um absurdo. Quem perde é a população. E a glória depois vem para quem conclui e acaba inaugurando. É outro erro, de visão, que ele tem. Ele não queria dar continuidade a essa obra, como não quis dar a outras [que iniciei]”, criticou.

Apesar do imbróglio, Fernando disse crer que os moradores do Laguna não ficarão sem o posto de saúde do bairro. “Eles têm que se movimentar e cobrar a UBS. A CDHU não vai reaver o terreno. Não é fruto de uma atitude ilegal. É uma atitude lícita!”, afirmou. Ele disse que se fosse o prefeito a UBS já estaria atendendo. “Até no máximo no meio de 2021 a obra já estaria concluída e funcionando. [Não está por causa da] má vontade ou má conduta política do prefeito!”, reprovou.

VEJA ENTREVISTA DE FERNANDO FERNANDES SOBRE OBRA PARALISADA DA UBS PQ. LAGUNA

Imagens – Jornal Atual

comentários

  • Fernando ou Aprígio, pode escolher que dá tudo na mesma. Taboão precisa de novas lideranças, as eleições vem ai!

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