O Centro de Especialidades Médicas de Taboão da Serra foi alvo de furto e teve o atendimento afetado. Uma paciente chegou à unidade para se submeter a um exame agendado, mas foi mandada embora por falta do aparelho furtado. Além de não proteger o patrimônio – o equipamento fica a só 300 metros da prefeitura -, o governo Aprígio (Podemos) não avisou a moradora de que o procedimento não poderia ser realizado e a fez perder tempo e dinheiro ao se deslocar.
A moradora Jucilene Rodrigues Fernandes foi na sexta-feira passada ao Centro de Especialidades para fazer uma endoscopia. Pedido pelo médico há quatro meses, em agosto, o exame foi agendado para 3 de novembro. Mas, como o prefeito emendou o feriado e baixou decreto para as repartições municipais não funcionarem dois dias (quinta e sexta-feira) após Finados, a paciente foi obrigada a esperar mais e teve o procedimento remarcado só para 22 de dezembro.
Presente ao Centro de Especialidades no horário marcado, Jucilene foi informada, porém, que não ia fazer a endoscopia. Ela compartilhou a indignação com quem estava – o exame requer acompanhante. A amiga da paciente procurou o VERBO para relatar a situação. “Chegando aqui para fazer a endoscopia, a atendente falou que não estava fazendo. Fomos conversar na administração. Falaram que a sala do médico tinha sido roubada”, disse Leonilda Martins.
Jucilene ficou mais irritada pelo pouco caso, segundo a amiga. “Explicaram que não está funcionando porque foi roubado o Centro de Especialidades, que o médico chegou de férias e não tem os aparelhos para fazer a endoscopia. Mas isso foi há 20 dias! Não ligaram para desmarcar!”, disse Leonilda. A paciente mora distante. “A gente vem lá do Pirajuçara para chegar aqui e eles falarem que foi roubado há 20 dias e ninguém ligou para desmarcar”, contou.
A funcionária tentou ainda se eximir da falha e culpar a paciente ao pedir o telefone “para atualizar”. “Está atualizado o meu número”, respondeu Jucilene, sobre o dado na guia. A profissional se limitou a orientar a moradora a voltar a UBS para remarcar ao escrever na ficha “Não foi possível realizar exame!!! Por favor reagendar”. “Agora no posto vão pôr de novo na fila, para esperar a bondade deles de sair uma vaga. Taboão está cada dia uma vergonha”, criticou Leonilda.
OUTRO LADO
Assim que Jucilene fez a reclamação, o VERBO questionou os gestores da saúde – “Qual a explicação para uma paciente não ter sido avisada [de] que o Centro de Especialidades não ia poder fazer o exame de endoscopia que a UBS dela agendou para hoje às 10 da manhã?”. “Roubaram o aparelho de ar-condicionado da sala de endoscopia e não foi possível realizar o exame. Já estamos remarcando imediatamente”, disse o secretário José Alberto Tarifa.
A secretária-adjunta Thamires May também respondeu. “Infelizmente a unidade foi assaltada e levaram o aparelho de ar-condicionado, inviabilizando o atendimento. Já estão sendo tomadas as medidas necessárias e os pacientes estão sendo remarcados. Alguns pacientes não conseguiram ser avisados em tempo hábil pois não tivemos sucesso na tentativa telefônica”, disse. Indagada sobre o tempo mais do que suficiente para avisar, não se pronunciou mais.
Tarifa também se manifestou sobre a paciente não ter sido avisada. “Pelo que a diretora me disse, tentaram contato com ela, mas não conseguiram”, disse. Questionado quando Jucilene ia ter a data do exame remarcada, ele disse que “já está sendo agendada para o início de janeiro, no AME”. A reportagem alertou que a paciente foi orientada a agendar de novo na UBS. “Vou pedir para entrarem em contato com ela para informar a data. Muito obrigado”, falou.
Tarifa deu atenção ao caso de Jucilene ainda pela manhã, logo após a paciente deixar o Centro de Especialidades, contrariada. À tarde, pouco depois das 16h30, Jucilene contou a este portal que teve o exame agendado pela Secretaria de Saúde para 19 de janeiro do ano que vem no AME (Ambulatório Médico de Especialidades), no Jardim Helena, conforme informou o secretário. Por meio da amiga, ela agradeceu a este portal. “Foi marcado para janeiro. Obrigada”, disse.
não é só isso que vem acontecendo no centro de especialidades. tem coisa muito pior