Em derrota de Aprígio, Egydio é eleito presidente da Câmara de Taboão da Serra

Especial para o VERBO ONLINE

Egydio (de óculos), eleito presidente da Câmara em 2023-2024, ao lado de Marcos Paulo, vice-presidente, Érica, 1ª-secretária, e Nezito (dir.), 2º-secretário | Divulgação

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O vereador André Egydio (Podemos) foi eleito nesta terça-feira (13) presidente da Câmara de Taboão da Serra para o biênio 2023-2024, em derrota do prefeito Aprígio (Podemos), que apoiava Joice Silva (PTB). A sessão foi tumultuada e marcada por questionamentos jurídicos. Também foram eleitos para a nova mesa-diretora Marcos Paulo (PSDB), como vice-presidente, Érica Franquini (PSDB), primeira-secretária, e Nezito (Republicanos), segundo-secretário.

Os seis vereadores apoiadores da candidata de Aprígio contestaram a condução da escolha da nova presidência. O embate começou logo que o presidente Carlinhos do Leme (PSDB) abriu a votação. Anderson Nóbrega (MDB), da “tropa de choque” do prefeito, questionou “qual o procedimento legal”. “Nenhum dos procuradores está na Casa. Isso já é uma falta de respeito com sua presidência. Teria que estar presente para tirar dúvida do vereador”, disse.

A confusão se instalou no plenário a partir da fala de Anderson, que foi vista como tentativa de obstrução da eleição. Joice e enfermeiro Rodney (PSD) também exigiram paralisação dos trabalhos para reunião. “Não vou conceder o [artigo] 103 para brigar. Aqui não é ringue. Não é picadeiro”, disse Carlinhos, ao indicar que o grupo de Aprígio postergava a eleição e fazia a população de palhaço. “Não vou aceitar manobra [para barrar a votação]”, avisou.

A poucos minutos do fim do prazo regimental, Carlinhos pediu os votos dos aliados, que votaram em Egydio. Ao meio-dia, porém, o tempo se esgotou. “Vocês conseguiram [adiar a eleição]. Vamos terminar a sessão que iniciou hoje na semana que vem”, disse. Mas o procurador da Câmara, Augusto Lewin, deu parecer pela continuidade da sessão eletiva. Ele alegou que, como a votação foi iniciada, a sessão só se encerra com a escolha da nova mesa-diretora.

Ausente, Lewin assinou o parecer de forma eletrônica, para contestação do grupo de Aprígio. Minutos depois, porém, ele apareceu no plenário. Nova confusão começou. Sob alegação de que o procurador estaria com covid-19, Alex Bodinho (PL) deu voz de prisão a Lewin e exigiu que a Guarda Civil Municipal – que tinha sido acionada – conduzisse o servidor para delegacia, em vão. O procurador provou não expor ninguém a risco ao fazer teste, que deu negativo.

Às 14h, Joice, Anderson, Rodney, Bodinho, Sandro Ayres (PTB) e Luzia Aprígio (Podemos), mulher do prefeito, abandonaram o plenário, com a alegação de que a sessão tinha terminado. Com o parecer do procurador em mãos, porém, o presidente deu andamento à votação que elegeu toda a mesa-diretora, com vitória do “grupo dos 7” – o próprio Carlinhos, Celso Gallo (Republicanos), Ronaldo Onishi (DC), além de Egydio, Marcos Paulo, Érica e Nezito.

Em primeiro discurso, Egydio agradeceu aos colegas que o elegeram pela “amizade e caráter”. Ele sinalizou querer reatar com Aprígio, apesar de ter tido os comissionados exonerados. “Venderam muitas ‘armas’ contra mim […]. Vou entrar nesta presidência com bandeira branca. Vou conquistar de novo a confiança do senhor”, disse. Mas o alfinetou por não ter optado por nome do próprio Podemos. “Levo o 19 no peito não é à toa, eu honro o meu partido”, disse.

A eleição expôs cicatriz. Embora fiel a Aprígio, Egydio foi retaliado pelo prefeito no ano passado e teve apoiadores exonerados da prefeitura ao “invadir” área de Luzia. Após propor emenda para equipar a Vigilância Sanitária, dirigida pela mulher, ele gerou “ciumeira” na primeira-dama e foi repreendido por Eckstein Junior, genro do casal Aprígio, de que tinha que avisar o governo e estava “legislando em causa própria”. Egydio disse que não tinha que avisar “nada”.

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