Com Lula, Aprígio fez defesa de trabalhador, mas não paga nem vale-transporte

Especial para o VERBO ONLINE

Anfitrião de Lula, Aprígio fala em defesa dos direitos dos trabalhadores, mas não paga vale-transporte e fez funcionalismo perder conquistas, diz GOI | Reprodução

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

No comício do então candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Taboão da Serra, em setembro, o prefeito Aprígio (Podemos) fez um discurso em defesa dos direitos dos trabalhadores, mas não paga sequer vale-transporte ao funcionalismo, aumentou o desconto previdenciário no salário e “acabou”, não compensou a extinção do 14º salário dos servidores, aponta uma organização de esquerda, o GOI (Grupo Operário Internacionalista).

O GOI, junto com o Palavra Operária, expôs a incoerência de Aprígio em um vídeo. “No último dia 10 de setembro, Lula esteve em mais um comício de campanha, em taboão da Serra. O povo trabalhador… estava lá. Os sindicatos e os movimentos populares também. Assim como as mulheres e a juventude negra e LGBTQIA+. Mas e o prefeito Aprígio? ‘Tava’ fazendo o que lá?”, questiona, para em seguida mostrar trechos do mandatário, no palanque.

“A gente era, por muitos empresários, explorado. Nós não tínhamos 13º. Nós não tínhamos férias. Nós não tínhamos direito trabalhista nenhum. Não tínhamos sequer ferramenta de trabalho para a gente trabalhar. Não tínhamos, muitos, carteira assinada. Tínhamos muitas perseguições, os trabalhadores trabalhavam como fossem escravos. […] Quem tinha cesta básica? Ninguém. Quem tinha vale-transporte? Ninguém”, discursou Aprígio, mostra o vídeo.

Apesar de não reproduzido, Aprígio disse mais. “Foi o Lula que disse ‘isso vai acabar’ [em greves nos anos 1980]. E acabou. Hoje nós temos a nossa liberdade. Hoje temos que tratar o nosso funcionário como gostaríamos de ser tratados. Tratar o funcionário como ele é, um ser humano, que precisa levar para a cada dignidade para a família. […] Ali o pessoal começou a adquirir seus direitos. É por isso que hoje existe respeito pelo nosso trabalhador”, discursou.

O GOI passa a “enquadrar” Aprígio, no vídeo. “A verdade dos fatos: Aprígio não paga vale-transporte. Aumentou a contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14%. Acabou com o 14º salário do funcionalismo público. Aumentou o IPTU em 14,8%. E as passagens de ônibus subiram de R$ 3,80 para R$ 5, a maior do Brasil. Deu só 10,16% de reajuste para salários abaixo do mínimo. E por isso enfrentou greves do funcionalismo”, diz o material.

O vídeo mostra Aprígio ao discursar para o funcionalismo, no pátio da prefeitura, enquanto mantém os servidores do lado de fora, atrás de grades. “Tenham um pouquinho de paciência [quanto às reivindicações]. […] Eu não posso agir por impulso, pela minha vontade. Eu tenho uma ordem dizendo ‘não faça'”, diz. Com a cobrança dos servidores, ele se irritou. “Vocês querem ouvir ou não? Então deixo vocês falarem”, disse, para dar as costas aos funcionários.

“Perguntamos então: ‘Isto é ficar do lado dos trabalhadores, Aprígio? A aliança com Lula é muito boa… para o Aprígio! Mas não para a classe trabalhadora!”, diz o GOI. O grupo expressou apoio ao então candidato, mas rechaçou o prefeito e o candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB). “Por isso, as trabalhadores e os trabalhadores que vão votar em Lula devem exigir dele que rompa as suas alianças com políticos patronais, como Aprígio e Alckmin”, afirma.

O governo Aprígio providencia uma reestruturação funcional por conta de que a Justiça determinou que o Executivo elimine mais de 600 cargos comissionados, mas a mudança não gera esperança. “Há notíciais de que fazem uma reforma administrativa. Certamente para reduzir ou extinguir mais benefícios. Nem o adicional de insalubridade para o pessoal da saúde, pelo período na linha de frente no auge da pandemia [da covid-19], deram”, criticou um servidor.

VEJA VÍDEO EM QUE GRUPO DE ESQUERDA CRITICA APRÍGIO POR FALAR UMA COISA E FAZER OUTRA

Vídeo – Reprodução

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