ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente do Brasil pelos próximos quatro anos (2023-2026), ao derrotar o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Com 100% das urnas apuradas, Lula teve mais de 60 milhões de votos (60.345.999) ou 50,9% dos válidos, enquanto Bolsonaro somou 58 milhões (58.206.354), 49,1% – diferença de pouco mais de 2 milhões de votos (2.139.645). O petista também venceu na região, em cinco das oito cidades.
No primeiro turno, quando disputaram 11 candidatos, Lula teve 57.259.504 milhões de votos ou 48,43% dos válidos, enquanto Bolsonaro, que também ficou em segundo lugar, alcançou 51.072.345 votos, 43,20% dos válidos. O ex-presidente obteve 6 milhões a mais que o rival (6.187.159). Neste segundo turno, Lula conquistou mais 3 milhões (3.086.495). Já Bolsonaro aumentou 7 milhões (7.134.009), mas o feito não foi suficiente para tirar a vitória petista.
Lula venceu apenas no Nordeste, que foi decisivo para faturar a eleição – ficou em primeiro nos nove Estados (no Piauí, teve a maior vantagem, 76,86% x 23,14%). Bolsonaro ganhou nas demais quatro regiões. No Centro-Oeste, ele teve mais votos nos quatro Estados (no Mato Grosso, conseguiu a maior diferença, 65,08% x 34,92%). No Sul, também dominou, com vitória nos três Estados (em Santa Catarina, registrou o maior percentual favorável, 69,27% x 30,73%).
No Norte, a disputa foi acirrada. Bolsonaro venceu em quatro Estados, Roraima (onde teve a maior folga, 76,08% x 23,92%), Acre, Amapá e Rondônia – Lula, no Amazonas, Pará e Tocantins. No Sudeste, o atual presidente ganhou no Espírito Santo (onde obteve o melhor resultado, 58,04% x 41,96%), Rio de Janeiro e São Paulo. Lula faturou, porém, Minas Gerais (50,2% x 49,8%). Em confirmação da “sina”, quem ganha entre os mineiros se elege presidente.
Portanto, Lula venceu em 13 Estados, e Bolsonaro, em 14. O petista ganhou em 3.125 municípios (56,1% do total) e o atual presidente, em 2.445. No Nordeste, onde foi soberano, Lula ficou em primeiro lugar em 1.774 municípios (99%), contra apenas 20 em que Bolsonaro foi melhor. Apesar de vencer em três dos sete Estados do Norte, o presidente eleito foi vitorioso em mais localidades da região, 295 cidades (66%), contra 155 municípios para o candidato do PL.
Com supremacia no Centro-Oeste, Bolsonaro venceu em 366 municípios na região (78%), e Lula, em 101. No Sul, onde também triunfou em todos os Estados, ganhou em 935 cidades (79%), contra 256 em que deu o petista. No Sudeste, Bolsonaro venceu em 970 municípios (58%), e Lula, em 698 – Espírito Santo (61 contra 17); Rio de Janeiro (72 contra 20); São Paulo Minas (548 contra 97). Já em Minas, Lula venceu em 564 cidades (2/3), e o rival, em 289.
Na região, Lula ganhou em Taboão da Serra (99.036/58,43% x 70.456/41,57%); Itapecerica da Serra (53.188/57,55% x 39.226/42,45%); Embu das Artes (88.298/57,22% x 66.009/42,78%); Cotia (71.547/50,86% x 69.121/49,14%); e Embu-Guaçu (20.079/50,85% x 19.410/49,15%). Bolsonaro venceu em Vargem Grande Paulista (16.659/53,98% x 14.203/46,02%); São Lourenço da Serra (4.547/51,7% x 4.248/48,3%); e Juquitiba (8.620/50,45% x 8.467/49,55%).
No primeiro turno, Lula tinha vencido em seis cidades, mais uma, também em Juquitiba. Em 2018, no segundo turno, quando o oponente petista era Fernando Haddad, Bolsonaro havia ganhado em todos os oito municípios, inclusive em Taboão, com 54,76%. Agora, Lula teve o melhor desempenho na cidade com mais eleitores da região – o prefeito Aprígio (Podemos) declarou apoio ao PT e a militância petista saiu às ruas para pedir voto no agora presidente eleito.
No primeiro pronunciamento após eleito, em um hotel na região central de São Paulo, Lula adotou tom conciliador e disse que vai governar “para 215 milhões de brasileiros e não apenas para aqueles que votaram” nele. “Não existem dois brasis, somos um único país, um único povo, uma grande nação. […] Esse país precisa de paz e união […]. É hora de baixar as armas que jamais deveriam ter sido empunhadas. Armas matam e nós escolhemos a vida”, disse.
“Nosso compromisso mais urgente é acabar com a fome outra vez. […] O Brasil é a minha causa, o povo é a minha causa”, afirmou Lula, que agradeceu ao vice Geraldo Alckmin (PSB) pela “contribuição extraordinária”. Depois, ele discursou a milhares de pessoas na avenida Paulista e agradeceu aos nordestinos e às mulheres pela eleição. Lula, 77 anos, é o primeiro a ser eleito presidente três vezes – e Bolsonaro, o primeiro a disputar a reeleição a ser derrotado.