ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O prefeito Ney Santos (Republicanos) foi barrado de participar do ato do candidato a governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) com a presença do presidente e postulante à reeleição Jair Bolsonaro (PL) na última quinta-feira (20), no ginásio da Portuguesa, em São Paulo. A candidata a deputada federal derrotada Ely Santos (Republicanos), irmã de Ney, e o vice-prefeito Hugo Prado (MDB) – que já foi “plaqueiro” do PT – foram ao evento.
A informação de que Ney foi impedido de comparecer partiu de uma pessoa próxima ao prefeito. “Vice-prefeito, Ely Santos e vereadores vão em evento com Bolsonaro e Tarcísio, mas são preterido no local para autoridades, e coordenação pede que o prefeito não vá ao evento”, disse, ao compartilhar foto de Hugo e Ely com Gilson Oliveira, Abel Arantes, Betinho Souza, Dedé, Lucio Costa, Joãozinho da Farmácia e Cesar Begalli na chegada – sem Ney.
Bolsonaro, que disputa a eleição com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com discurso de moralidade e contra bandidos, evita aparecer ao lado de aliados “incômodos”. Denunciado pelo Gaeco (grupo de combate ao crime organizado do Ministério Público), Ney é réu por associação à facção criminosa PCC, além de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ele apoia Tarcísio desde o início da campanha, mas evitou expressar adesão a Bolsonaro no primeiro turno.
Agora, no segundo turno, Ney pôs a equipe que recrutou para pedir voto em Ely para trabalhar pela eleição de Bolsonaro, inclusive ao espalhar bandeiras do presidente – e de Tarcísio – pela cidade. Mas Ney se mobiliza por puro “oportunismo”. “Se der Bolsonaro, a Ely assume, porque o Marcos Pereira [presidente do Republicanos, eleito deputado federal] vira ministro. Quem quiser nos ajudar”, confessou o vereador Gilson, aliado de Ney, em áudio.
A comitiva de Embu ficou afastada do palco, atrás de uma barreira. Apenas no final, Hugo e Ely conseguiram se aproximar de Bolsonaro e fizeram uma foto com o candidato. Apesar de conseguir evitar Ney, o presidente posou para foto com a irmã do prefeito, também ré por associação ao PCC, no mesmo processo de Ney. Ela teve a função de “laranja” para driblar bloqueios judiciais de bens do político – com dois CPFs e RGs ativos, chegou a ficar presa.
Além da “fichada” Ely, Bolsonaro “tem” agora foto com outro apoiador de ocasião. Hugo foi secretário particular do então prefeito petista Chico Brito e em 2014 chegou a portar placa com os candidatos petistas a todos os cargos. No sábado (22), Ney já retomou a campanha pró-Bolsonaro e Tarcísio – e com “pito”. “Colocar professor nas escolas ninguém coloca. As crianças estão sem professor nas escolas e o prefeito adesivando carro”, criticou uma moradora.
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