ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O prefeito Ney Santos (Republicanos) convocou os comissionados da prefeitura para um “adesivaço” neste sábado (15) em apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL) com o interesse de que o presidente em eventual segundo governo chame um deputado do Republicanos para o Executivo e abra vaga na Câmara Federal para a irmã Ely Santos – primeira suplente – assumir o cargo, indica um dos aliados mais próximos do mandatário de Embu das Artes.
Ney chamou a atividade também em apoio ao candidato a governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas, enquanto demonstrou proximidade e chegou a gravar vídeos com o postulante ao Palácio dos Bandeirantes – colega de partido -, nunca tinha manifestado explicitamente adesão a Bolsonaro, o que só veio a acontecer após a irmã perder a eleição. Na convenção do Republicanos, da qual Bolsonaro participou, Ney manteve distância do presidente.
Considerado “oportunista”, interessado apenas em vencer a eleição, custe o que custar, sem se importar com o lado de quem escolhe como aliado, há um ano, Ney tirou foto – com ar de intimidade ou de “companheiro” – com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que hoje disputa o segundo turno com Bolsonaro. Ironicamente, ele mandou os livre-nomeados divulgarem o adesivaço ao som da paródia “Pode chorar, mas eu não voto no PT”, em novo jogo de cena.
Apesar de atacar o PT, Ney já “surfou” antes na alta aprovação do partido. Em 2010, ele mandou fazer e entregar aos eleitores material em que estampou a própria foto ao lado da então presidenciável Dilma Rousseff, do mesmo Lula, então presidente, e até do desafeto Geraldo Cruz, então no PT. Ao lado dos petistas, ele dizia “Vote no time do Lula”. Ele tentava se eleger deputado federal, mas, com só 40.321 votos, fracassou – já associado à facção criminosa PCC.
A estratégia de Ney de aderir a Bolsonaro para ver Ely assumir como deputada foi revelada pelo vereador Gilson Oliveira (Republicanos), em áudio – obtido pelo VERBO – de lamúrias pela derrota da irmã do prefeito, que teve 93.305 votos. “Passando aqui para agradecer aqueles que trabalharam. Aqueles que não trabalharam, não precisa de eu agradecer. Eu estou muito triste. A Ely Santos perdeu as eleições por mil votos”, lamenta, em tom de cobrança.
“Faz parte do jogo, né? Tivemos 94 mil quase. Perder por mil votos, você que não fez nada, a consciência deve doer. Mas…”, continua Gilson, que se diz evangélico, para passar a persuadir os apoiadores-eleitores. “Deus tem algo preparado para nós ainda. Se der Tarcísio, se der Bolsonaro, a Ely assume, porque o Marcos Pereira [presidente do Republicanos, eleito deputado federal] vira ministro. Quem quiser nos ajudar”, diz o vereador, sem constrangimento.
OUÇA O VEREADOR GILSON ‘CHORAR’ E PEDIR VOTO EM BOLSONARO PARA IRMÃ DE NEY VIRAR DEPUTADA

RELEMBRE Ney disse ser do ‘time de Lula’ em ‘santinho’ com petistas e agora ataca PT