Sandro nega usar servidor e material da prefeitura em casas, mas não dá ‘provas’

Especial para o VERBO ONLINE

Sandro alegou que servidor que pôs na reforma das casas estava de férias e negou que usou material da prefeitura, mas não mostrou supostas provas | Reprodução

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O vereador Sandro Ayres (PTB), de Taboão da Serra, admitiu que pôs um funcionário da prefeitura para trabalhar na recuperação das fachadas de casas destruídas pelo pai ao bater com um caminhão, mas disse que o servidor estava de férias, e negou que usou material da administração para a reforma. Alegou ter provas do que sustenta, mas falou que não vai apresentar. Ele reconheceu que foi procurado pelo VERBO sobre a denúncia e resolveu se esquivar.

O acidente foi em 7 de maio no Jardim São Judas. A denúncia foi feita por um líder comunitário que conhece os moradores do bairro e é muito familiarizado com o quadro de funcionários da prefeitura. Sandrino Maciel – pai do vereador -, que trabalha com carretos, dirigia o caminhão pela rua Armando Poci, em descida, quando ao fazer a curva para a rua Benedito Marcelino Braga bateu nas casas. O próprio Sandro disse que três imóveis sofreram danos.

Sandro falou sobre o acidente causado pelo pai durante sessão da Câmara Municipal na terça-feira (4). “Infelizmente, ele atingiu três casas. Prontamente, eu, preocupado com o meu pai, com as famílias que estavam ali dentro daquela residência, chamei a Defesa Civil. O único respaldo que eu tive da prefeitura foi a Defesa Civil no local para dar o laudo, porque sabia que poderia sofrer um processo de algum morador ao final da obra que ia se iniciar”, disse.

Sandro negou, primeiro, ter usado material público para recuperar as casas. “Eu tive o cuidado de pegar todas as notas, até do prego que foi comprado. […] Foi nota de todos os materias de construção […]. Nunca desviei um material. Nem quando eu trabalhava na Secretaria de Manutenção. […]. Nunca parou um caminhão da prefeitura para deixar nada na porta da minha casa e muito menos nessas obras”, disse, sobre a reforma das residências.

Depois, Sandro disse que contratou uma empreiteira para a reforma e o responsável “tem empresa aberta e estava lá”, e que pôs servidor da prefeitura para fazer a reforma, mas que ele não estava em período de expediente. “O funcionário que ele [denunciante] diz que estava [trabalhando na obra] estava de férias. Foi 7 de maio que aconteceu o acidente. Dia 1º de maio, o funcionário já estava de férias. Tenho aqui a folha… o espelho do funcionário”, afirmou.

O vereador procurou politizar o caso ao atacar o denunciante – que não teve o nome revelado. “Quando a gente está aqui como vereador, muitos querem estar no nosso lugar. A matéria fala que o denunciante é um líder comunitário. Para ser um líder comunitário, tem que ser testado nas urnas”, disse. Depois, buscou desqualificar este portal, ao citar quando o texto foi ao ar. “Na quinta-feira fui surpreendido por um blog que se intitula como jornal”, atacou.

Antes de publicar a denúncia, o VERBO procurou Sandro, mas ele não respondeu a mensagem nem atendeu ligação. Ele admitiu que evitou falar. “De fato, o senhor [repórter] me procurou e eu não atendi, porque já fui citado várias vezes pelo seu jornal…”, disse. Ele interrompeu ao perceber o ato falho. “Várias vezes, não. [Fui procurado] Aquela vez, e eu não daria nenhuma satisfação. Tenho que dar satisfação é para os moradores das casas atingidas”, disse.

Contraditório, Sandro disse que outro órgão de imprensa “foi o único que me chamou para dar a contradição dos fatos”. Ele disse que vai processar este portal. “Agora, eu vou brigar na Justiça. Agora, vou levar os fatos para a Justiça, senhor jornalista. Porque eu não vou admitir isso com a minha pessoa, ‘que nem’ meses atrás o senhor fez a matéria mentirosa do posto Margaridas, [sobre] um vereador que está defendendo a reconstrução da cidade”, afirmou.

Sandro demonstrou nutrir desavença por este portal ao se referir a outra denúncia de que foi alvo, de que tentou tirar uma enfermeira da UBS Margaridas por ela não aceitar ficar a “serviço dele” no posto, noticiada por este veículo. Após pressão dos pacientes, o governo Aprígio (Podemos) inocentou a concursada em sindicância que abriu por influência de Sandro. Ele alegou ter sido induzido a erro. Funcionários da UBS dizem que o vereador é “dissimulado”.

Sandro disse que foi orientado a processar este portal pelo secretário Mario de Freitas (Governo). Questionado sobre a orientação a Sandro, Freitas calou. Ironicamente, indagado sobre a denúncia também antes da publicação, a gestão Aprígio ignorou. Sandro disse que os moradores das casas afetadas falaram que fez reforma “de excelência”. Mas o parente da dona de um imóvel disse que o beiral não foi totalmente rebocado e “a coluna está esburacada ainda”.

> Colaborou o repórter Rômulo Ferreira, do VERBO ONLINE

RELEMBRE Pai destrói casas e vereador Sandro põe funcionários da prefeitura para reformar

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