Em Taboão, Alckmin não fala sobre aliança com Lula após ataque, mas tem que se ‘retratar’ na TV

Especial para o VERBO ONLINE

Alckmin discursa em Taboão com Lula; candidato a vice disse que Bolsonaro é 'incivilizatório', mas acossado por rival teve de falar sobre ataque a Lula | Divulgação

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) esteve com o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Taboão da Serra em comício no último sábado (10) e fez críticas incisivas ao presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Alckmin foi bem recebido pela militância petista apesar de ter chamado Lula de corrupto a meses das eleições em 2018. Ele teve, porém, que se “retratar” no horário eleitoral ao ser “usado” pela campanha de Bolsonaro.

No palanque, Alckmin – um duro crítico do PT quando no PSDB – fez um discurso de fazer “lulistas” acharem ser um petista de carteirinha, com estocadas no principal rival. “O Bolsonaro é incivilizatório! O Brasil deu marcha à ré, o Brasil andou para trás. Andou para trás na democracia. O presidente que tem saudade da ditadura, saudade da tortura não pode pedir o voto do povo, porque não acredita na democracia”, disse, para vibração dos petistas.

“O Brasil andou para trás na educação, abandonada, moeda de troca no MEC [ministério]. O Brasil andou para trás na saúde, negando vacina. O Brasil tem 3% da população do mundo. Teve 10,5% das mortes por covid [-19], pelo atraso e negacionismo da vacina. Um presidente promotor de armas. O povo não quer arma, quer emprego, renda, educação. Metade das mulheres que foram mortas no Brasil foi por arma de fogo. Nós retrocedemos”, afirmou.

Alckmin fez referência a Lula ter 48% dos votos válidos segundo pesquisa Datafolha para a chapa vencer a eleições já em 2 de outubro. “Nós estamos aqui para trabalhar. O presidente Lula tem liderança, tem experiência. E, olha, faltam três semanas, três só, e nós vamos conseguir mais dois pontos para ganhar no primeiro turno. [Para] Voltar o emprego, salário mínimo para cima, renda, desenvolvimento, educação, saúde”, falou o candidato a vice-presidente.

A exemplo de Lula, Alckmin não falou com a imprensa após comício e não teve que responder eventualmente sobre as farpas ao petista no fim de 2017, meses antes de se lançar candidato a presidente da República pelo PSDB. Mas, dois dias antes, no dia 8, Bolsonaro começou a veicular no horário eleitoral vídeo daquela ocasião em que Alckmin diz que, “depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder, ou seja, ele quer voltar à cena do crime”.

No próprio sábado, a campanha de PT, acossada pelo rival, divulgou vídeo em que Alckmin se “explica” sobre as afirmações. “Muito cuidado, nesta eleição, antigas falas minhas estão sendo usadas por Bolsonaro para confundir o povo. Naquela época, muitos de nós fomos iludidos por um julgamento que depois a própria Justiça anulou, porque foi parcial e suspeito. Hoje está provado que Lula foi preso injustamente”, diz o candidato a vice, na gravação.

Em contra-ofensiva, Alckmin finalizou ao dizer que “agora é a família Bolsonaro que precisa explicar ao povo a compra de 51 imóveis com dinheiro vivo”. No comício, Lula abordou o assunto. “Eu quero que [a Polícia Federal] vá na casa do Bolsonaro para ele explicar como comprou aquela quantidade de casas com R$ 26 milhões pagos em dinheiro. De onde vem esse dinheiro? Eu nem estou dizendo que ele fez maldade, só quero que ele explique”, disse.

VEJA ALCKMIN EM FALA EM 2017 USADA POR BOLSONARO E AGORA AO ALEGAR QUE FOI ‘ILUDIDO’ SOBRE LULA

Fonte: Portal Poder 360
Fonte: Campanha Lula

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