ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taobão da Serra
O prefeito Aprígio (Podemos) vai gastar R$ 70 milhões – emprestados – em vista de desapropriar o terreno da antiga empresa Niasi e reestruturar a área para ser a nova sede da prefeitura de Taboão da Serra. Ele fala em reunir as secretarias em um mesmo local para facilitar o acesso da população aos serviços e economizar ao deixar de pagar aluguel de prédios. O projeto, porém, não seria prioridade – o município tem obras importantes paralisadas.
Aprígio vai usar R$ 60 milhões para aquisição do imóvel e R$ 10 milhões para reforma das instalações e compra de equipamentos. Ele irá obter o recurso junto à Caixa Econômica Federal. O prefeito teve projeto de pedido de autorização para contratação de crédito com o banco aprovado pela Câmara Municipal nesta terça-feira (13). O terreno é um dos mais valorizados de Taboão, com cerca de 47 mil metros quadrados e 17 mil de área construída.
Em 2015, após lobby dos donos da área da Niasi, os vereadores aprovaram alteração do plano diretor, de zona industrial para zona mista 2, para pemitir que o imóvel pudesse ter outra finalidade que não abrigar uma fábrica. Os representantes apresentaram “carta de intenções” de empreiteiros para construir prédios comerciais e residenciais no local. Mas o projeto não prosperou. Antes, a área chegou a ser cogitada para receber estação do metrô de Taboão.
O governo não informou em quantas parcelas pagará o empréstimo, mas ficará para os futuros prefeitos quitarem. A gestão projeta que o investimento se pague em 14 anos na economia com aluguéis. Aprígio iniciou o “programa de modernização da administração” – que quer deixar como marca – com a assinatura do “decreto de utilidade pública” para a desapropriação, na sexta-feira (9). O projeto era tratado com sigilo – foi revelado pelo site “Taboão em Foco”.
Apesar do negócio ser visto como vantajoso, Aprígio é criticado por “não ter prioridade”. Ele vai endividar o município quando abandona obras fundamentais, a maioria na saúde, sob alegação de falta de recurso – o serviço da área é alvo de fortes críticas da população. Paralisou a obra da UBS Laguna, do Ser (serviço de fisioterapia), a reforma do Centro de Referência da Saúde da Mulher e a ampliação do Centro de Especialidades, além do Complexo da Mulher.