‘Lula quer ver o Brasil voltar a sorrir, e nós queremos sorrir com ele também’, diz Paulo Félix

Especial para o VERBO ONLINE

Com a filha professora Nil, Paulo Félix faz 'L' de Lula ao deixar comício do presidenciável do PT em Taboão, em passarela sobre a BR-116, onde deu entrevista | Verbo

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

ENTREVISTA DA SEMANA | O ex-vereador de Taboão da Serra Paulo Félix diz que o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) representa a retomada dos programas sociais e a política do debate, “sem ódio”, ao contrário de Jair Bolsonaro (PL), ao citar que dois petistas foram mortos por bolsonaristas. Félix, que começou a vida partidária no PT e depois foi para o PSDB, diz que “Lula quer ver o Brasil voltar a sorrir, e nós queremos sorrir com ele também”.

Félix falou ao VERBO no sábado (10) quando deixava o comício de Lula em Taboão, que acompanhou no palanque:

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VERBO – Gostou do Lula em Taboão da Serra?
Paulo Félix
– Eu amei o Lula em Taboão da Serra. Eu vi o Lula a primeira vez aqui em 1982, [há] exatamente 40 anos, setembro de 82, quando ele era candidato a governador, e ver ele hoje de perto novamente, com esta energia, com todo esse vigor, com esta esperança, é uma coisa maravilhosa, extraordinária.

VERBO – O que você destaca no discurso do Lula?
Félix
– Ah, eu destaco a vontade de vencer. Do amor vencer o ódio, da esperança que ele representa. De retomar a bandeira do Brasil, retomar as políticas sociais, o Prouni [Programa Universidade Para Todos], o Minha Casa, Minha Vida… Enfim, ter o Brasil de volta. Ele quer ver o Brasil voltar a sorrir, e nós queremos sorrir com o Lula também.

VERBO – Você é um ex-tucano [filiado do PSDB], né? O que achou [do discurso do candidato a vice-presidente na chapa de Lula, Geraldo] Alckmin, um ex-tucano também?
Félix
– Eu aprendi na vida que, às vezes, nós temos que superar 20% de diferença com 80% de convergência. Aliança se faz não é com os aliados, a gente faz com os contrários. O Alckmin ficou mais forte, mas o Lula ficou mais forte também. Então, tem momentos da encruzilhada da vida que a gente tem que fazer as opções para vencer. O Lula fez a opção para vencer. Para derrotar o nazismo, o fascismo, temos que unir todos. Agora não tem mais partido, é nós contra eles, é a civilização contra a barbárie. Olha os assassinatos! Vai morrer mais gente, os bolsonaristas vão matar mais pessoas durante a eleição. São dois casos, e vai multiplicar, porque é a cultura do ódio que ele [Bolsonaro] prega neste país.

VERBO – Você citou uma fala de Alckmin [no comício de Lula em Taboão], de que o Bolsonaro é incivilizatório. É o que [ele] representa, realmente?
Félix
– É a barbárie. [São] Os piores instintos que ele desperta nas pessoas. Da aniquilação… Não são adversários, ele trata mais da metade do povo brasileiro como inimigo. Na política não existe essa questão de inimigo, existem adversários. A minha trajetória política aqui [em Taboão] é de respeito, se eu encontrar qualquer ex-prefeito, ex-vereador, nós vamos conversar civilizadamente: amenidades e tudo mais. Este é o tempo da política. Você [repórter] viveu este tempo. Agora não. Agora é extermínio. Aquela velha política [em] que a gente combateu, você combateu muito… Hoje nós chegamos a sentir saudade daquela velha política, da divergência, da discussão, do debate. Mas sem agressão, sem ódio, sem mortes. Essa é a política que nós defendemos.

VERBO – A propósito, você volta às origens depois de ter começado a militância política, partidária no PT?
Félix
– Eu nunca abandonei minha miltância. O Partido dos Trabalhadores me deu tudo o que eu aprendi na política, eu nunca cuspi no prato que comi. Sempre respeitei o PT, porque toda a formação socialista, o conhecimento da política, eu devo ao Partido dos Trabalhadores. Falei para o Lula agora [no comício]! – estava lá no palco com ele Falei: “Lula, é lógico que você não vai lembrar, mas você foi candidato a governador em 82, foi a primeira vez que você veio a Taboão, eu ‘tava’ lá. Eu fui eleito [vereador]. Quarenta anos depois, eu estou aqui com você de novo”. Fiz essa saudação para o Lula. Então é isso. Não sei se eu volto [a ser candidato], não sei nem se volto à política partidária por causa das minhas questões de saúde. Mas abandonar a trincheira, eu jamais vou abandonar.

O VERBO – O que você achou da recepção de Taboão e região ao Lula?
Félix
– Eu vivenciei os bastidores. Da mobiização que não tinha, em 24 horas se fez o que tinha que ser feito em uma semana. Hoje, todas as expectativas de público, de organização foram atingidas aqui. Eu tenho certeza que o Lula, [o candidato a governador Fernando] Haddad, [o candidato a senador] Márcio França saíram satisfeitos de Taboão. Que não foi um ato só de Taboão. Vieram 60 ônibus das cidades vizinhas, veio gente de todo lugar. Olha a BR [Régis Bittencourt movimentada] aqui! Isso é o chamamento da esperança. Quando o povo soube que o Lula vinha para cá, teve gente que veio a pé de longas distâncias. Porque queria ouvir essa voz da esperança do Lula.

OUÇA A ENTREVISTA DE PAULO FÉLIX SOBRE LULA EM TABOÃO DA SERRA E A DISPUTA PRESIDENCIAL NO PAÍS

Foto: Adilson Oliveira/Verbo

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