ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Após ser alvo pelo menos mais de uma dezena de vezes nos últimos cinco anos, a Escola Municipal Suely Maria Hipólito Oliveira, no Jardim Santa Tereza, em Embu das Artes, foi invadida e furtada de novo nesta quinta-feira (18), em “rotina do descaso”. Ao contrário do que prometeu nos casos anteriores, o governo do agora prefeito cassado Ney Santos (Republicanos) não tomou praticamente nenhuma medida de segurança e deixa as crianças sem creche.
Os ladrões invadiram a creche-escola, que atende cerca de 200 crianças de 6 meses a 3 anos, durante a madrugada. Entraram na sala da coordenação e levaram vários objetos e aparelhos eletrônicos, como pertences de professores, computador (CPU) e, televisão. Os criminosos também vandalizaram a unidade – quebraram cadeiras, fizeram buraco em portas. Logo pela manhã, ao chegar para trabalhar, os funcionários se depararam com o rastro de destruição.
A creche-escola fica na rua Butantã, ao lado da UBS do bairro, mas é sempre visada. “É frequente o furto. Em cinco anos, já perdi as contas. Mas este é o quarto este ano. Em maio foram duas vezes, em junho e agora. Há três meses até as misturas na cozinha levaram”, disse uma funcionária ao VERBO. Este portal, que informa delitos ocorridos na unidade desde 2018, lembrou que noticiou outro furto em março. “Já teve tantos”, justificou, sobre não ter recordado.
Desta vez, os ladrões não invadiram a cozinha. “Colocaram uma grade de ferro na janela, apenas. Acredito que por esse motivo não adentraram”, contou a servidora. A proteção teria sido a única medida de segurança providenciada pela Secretaria de Educação, mas o secretário Pedro Angelo tinha prometido “implantar grades” em outras dependências da escola. A mães, a pasta também tinha se comprometido a pôr guarda patrimonial na unidade.
As mães foram avisadas do furto e vandalismo ao chegarem à creche e não puderam deixar as crianças durante a manhã. A direção foi registrar boletim de ocorrência, mas já estaria “cansada” de fazer queixa. O abandono é grande por parte do governo municipal – que desde terça-feira (16) tem um prefeito interino, Renato Oliveira (MDB), aliado de Ney. “As professoras não estão querendo trabalhar. Estão com medo. Falta de segurança”, comentou a servidora.
Outra funcionária reforçou a aflição dos educadores da creche. “Toda vez é feito BO. Hoje cruzamos os braços e não recebemos os alunos. Por falta de segurança. Por ninguém tomar uma providência”, disse. À reportagem, uma terceira servidora expôs a insegurança e a negligência da gestão. “Hoje, pela trigésima ou quadragésima vez, nossa escola foi novamente invadida. Entraram no nosso refeitório, destruíram tudo, a sala da coordenação”, disse.
“Mas pela primeira vez os professores resolveram assumir e não atenderam a comunidade pela manhã. Quem sabe fazem alguma coisa. Eles não querem que dispensem alunos, né?, para ninguém saber. A gente se vira, traz o nosso material, para ser roubado aqui. Não temos a menor segurança. Estão esperando que entrem aqui de dia com crianças? Acho que é isso que estão aguardando [para tomar providência]”, finalizou a funcionária, indignada.
OUTRO LADO
O VERBO questionou o secretário de Educação de Embu – que está no cargo há exatamente cinco anos, desde 2017. “Mais uma vez, a escola Suely Maria Hipólito foi invadida e furtada, depois de o senhor prometer nas outras ocorrências que ia adotar medidas para coibir a entrada de criminosos na creche. Funcionários afirmam que “não temos a menor segurança” na unidade. O que tem a dizer a respeito?”, perguntou. Pedro Angelo ficou em silêncio.
QUESTIONADO SOBRE PROMESSA DE SEGURANÇA PARA CRECHE, SECRETÁRIO PEDRO ÂNGELO NÃO RESPONDE
> Colaborou a Redação