ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Na semana de 24 de junho, o prefeito Ney Santos (Republicanos) deixou a “campanha antecipada” da candidata a deputada federal Ely Santos e de três nomes a estadual – que lançou só para eleger a irmã. Ele foi para a segunda residência fora de São Paulo, uma suntuosa fazenda em Mata Verde (MG), município de pouco mais 8 mil moradores em localização “estratégica”, na divisa com o sudoeste baiano – onde é investigado por tráfico de drogas e armas.
Segundo pessoa próxima ao político, Ney passou sete dias na fazenda para festejar o São João. Fotos obtidas pelo VERBO mostram Ney com a nova mulher, parentes e amigos em campo de futebol society gramado ao brincar a tradição. Ele escreveu: “Sobre nossa quadrilha…”. Ele “esqueceu” a política um pouco por conta de que Ely também ia dar a pausa – ela cancelou as “visitas” do domingo 26 de junho para se juntar ao resto da família para a festa junina.
Na fazenda, entre outras ostentações da vida luxuosa, o prefeito de uma das cidades mais pobres da Grande São Paulo se mostrou sobre um vistoso animal. “Adivinhe quanto custa o cavalinho?”, ironizou um morador de Embu. Segundo o interlocutor, não foi um mero passeio: “Agora, ele aposta em cavalo mangalarga, avaliado em quase meio milhão de reais. É o novo segmento de investimento de Ney, exploração de embriões e filhotes de potros de raça”.
O novo negócio de Ney é “estratégico”. Seria usado como a outra justificativa para o dinheiro encontrado na fazenda na Bahia, além de ser oriundo de venda de gado, diz a pessoa próxima do político, sobre os R$ 670 mil achados na propriedade em Vitória da Conquista (sudoeste baiano), pela Polícia Civil, há um ano. A investigação aponta que o imóvel é de Ney, que não comprovou a origem do valor. Ele, porém, não deixou – nunca – o vantajoso “filão”, política.
Ney posou para foto com a vereadora (de Mata Verde) Tânia Patrícia (PL). Segundo o interlocutor, “ele se aproxima de políticos que estão no poder para pôr em prática seus negócios empresariais e obter vantagens financeiras”, com os ganhos como prefeito. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal por desvio de R$ 12 milhões na compra de kit escolar. Na fraude de R$ 40 milhões na saúde (AMG), a quadrilha expressou gratidão, com Ney como “presidente”.