Queda da vacinação infantil é tema de audiência pública na Assembleia nesta terça-feira (12)

Especial para o VERBO ONLINE

Menina, nos braços da mãe, ao tomar vacina em Taboão da Serra; Brasil tem as menores taxas de vacinação infantil dos últimos dez anos | AO/Verbo - 20.mai.2020

ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em São Paulo

A vacinação infantil no Brasil tem tido queda seguida anualmente e atingiu em 2022 as menores taxas dos últimos dez anos, segundo o DataSUS. A redução gera maior risco de contágio por poliomielite e sarampo, que já tinham sido eliminadas no país e que podem deixar sequelas ou causar mortes. O ideal é que a cobertura vacinal esteja acima de 90% para todas as vacinas. A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) vai debater o tema nesta terça-feira (12).

A Alesp realizará a audiência pública “Vacinação Infantil: Doenças do Passado, Problemas do Futuro”, às 10h, no auditório Teotônio Vilela. O evento, aberto ao público em geral, visa entender a atual situação da cobertura vacinal no Estado de São Paulo para articulação de ações e campanhas para fortalecer a vacinação entre a população, com especial foco em crianças e adolescentes. A vacinação é uma das formas mais efetivas para prevenção de doenças.

A audiência reunirá especialistas no tema, como o pediatra infectologista Renato Kfouri, a bióloga, cientista e presidente do Instituto Questão de Ciência, Natália Pasternak, a presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira, o consultor especialista em saúde da Speyside Jair Leme, a presidente do Condeca (Conselho Estadual dos Direitos da Criança e Adolescente), Simone Malandrino, e a promotora de Justiça Luciana Bergamo.

Em 2021, as três vacinas com a menor taxa de cobertura no país foram contra a poliomielite (70%), contra varicela (com 65%) e a segunda dose de tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola, com 51,6%), deixando o público infantil, especialmente, mais vulnerável. Já em 2022 (até o mês passado), a cobertura contra a poliomielite está em apenas 36,5%. No Estado de São Paulo, está em 34,4%, não atingindo nem a metade da cobertura total do ano passado.

A queda de cobertura vacinal se deve à falsa sensação de que não há a necessidade de vacinação, por conta do controle dessas doenças imunopreveníveis; uma possível relutância da comunidade em se vacinar, provocada por informações falsas ou incorretas; e a falta de organização, fluxos e amplas campanhas que incentivem e facilitem a vacinação – o que se agravou nos últimos dois anos com a pandemia da covid-19 e as restrições de deslocamento.

“Das 15 vacinas que deveriam ser aplicadas nos primeiros quatro anos de vida, pelo menos nove estão abaixo dos índices recomendados pela OMS. É urgente construirmos ações coordenadas entre sociedade civil e órgãos públicos para reverter esses indicadores”, disse a deputada Marina Helou (Rede), coordenadora da Frente Parlamentar pela Primeira Infância na Alesp. A cobertura de vacinas com segunda, terceira ou doses de reforço é ainda mais crítica.

SERVIÇO
Audiência pública sobre vacinação infantil
Nesta terça-feira (12), às 10h, na Assembleia Legislativa de São Paulo (auditório Teotônio Vilela – avenida Pedro Álvares Cabral, 201, Ibirapuera, zona sul de SP)
Aberta ao público

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