ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Cinco meses após o início do ano letivo, o prefeito Aprígio (Podemos) ainda está enrolado com o uniforme escolar. A entrega da vestimenta está sendo feita com o kit incompleto, sem meias e tênis. Na concorrência pública aberta em dezembro de 2021, os tênis foram reprovados devido à má qualidade. Outra licitação para a compra do calçado estudantil teve as propostas de preços abertas apenas em 8 de abril – a volta às aulas foi no dia 7 de fevereiro.
Após Aprígio começar a entregar 6,5 mil de 29 mil uniformes somente no fim do mês passado, o novo capítulo de falha de gestão foi publicado pelo jornalista David da Silva, do “Bar & Lanches Taboão”. A fornecedora do tênis escolar foi selecionada na antevéspera do Natal passado. A prefeitura encomendou 16 mil pares com cadarço, e 16 mil, com fecho de velcro. O preço estimado foi de R$ 112,00 cada par, totalizando cerca de R$ 3,5 milhão (R$ 3.584.000,00).
As amostras do tênis foram rejeitadas pela Secretaria Municipal da Educação por estarem em desacordo com o edital da licitação. Falta de puxador, tecido mole que estufa quando a criança pisa, apliques laterais diferentes do modelo proposto, solado sem amortecedor, e uma série de outros defeitos foram apontados pela secretária Dirce Takano em um comunicado interno assinado em 10 de janeiro. A empresa escolhida pelo governo Aprígio foi desclassificada.
Só em 3 de fevereiro, a gestão marcou a continuidade da concorrência. Mas resolveu abrir um novo pregão eletrônico (nº E-004/2022) estabelecendo 29 de março para receber propostas de valores, e 8 de abril para início da disputa entre as fornecedoras. Porém, esse pregão é apenas para 16 mil pares de tênis com cadarço. O blog não localizou no Portal das Licitações tomada de preços por parte da prefeitura para os 16 mil pares de tênis com fecho de velcro.
Como os tênis encomendados ainda não chegaram aos pés das crianças das escolas da prefeitura, a página de Aprígio em rede social tem recebido uma avalanche de críticas de mães e pais. Além da falta do tênis, a ausência das meias é outro foco de queixas. A gestão comprou 32 mil kits de meias com 3 pares cada, da empresa KRF Comercial, ao custo de R$ 17,95 cada kit – totaliza mais de meio milhão de reais (R$ 574.400,00) em meias ainda não entregues.
OUTRO LADO
Em esforço para tirar a atenção dos problemas na entrega do uniforme escolar, depois de demorar a providenciar a substituição do tênis reprovado e só reclamar o fornecimento do restante do conjunto após pais cobrarem em jornal da TV, Aprígio afirmou que a roupa foi confeccionada “com material de qualidade superior”, e que “em complemento ao kit ainda entregaremos três pares de meias e um par de tênis para cada aluno”. Já o prazo, ele não disse nada.
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