ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Não bastasse se “enrolar” com falhas administrativas à frente do governo de Taboão da Serra, a mais recente a entrega do uniforme para todos os alunos só neste fim de junho, quatro meses após o início das aulas – e que vai invadir as férias -, e ainda sem meias e tênis, o prefeito Aprígio (Podemos) atraiu literalmente um problema para a prefeitura como empresário, ao não pagar direito trabalhista aos funcionários da empresa da qual é presidente.
Na manhã desta quarta-feira (29), integrantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Industrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon) baixaram na portaria da prefeitura de Taboão para cobrar de Aprígio, oficialmente, o pagamento das férias aos operários da Cooperativa Nova Vida em Embu das Artes. Eles fizeram a manifestação um dia depois, ontem, terça-feira, de os funcionários realizarem paralisação na entrada da obra na cidade vizinha.
O ato de reivindicação, aliás, foi marcado por pancadaria que gerou perplexidade. Administradores da cooperativa e membros do sindicato trocaram socos e pontapés no portão da obra em Embu, em “quebra pau” entre pelo menos 15 pessoas, conforme o alcance de câmera de segurança do local – o vídeo foi postado pelo jornalista David da Silva, do blog “Bar & Lanches Taboão. A briga teria sido um “incentivo a mais” para os sindicalistas irem até Aprígio.
Na frente da prefeitura, em via movimentada e com várias repartições do governo e comércios, um sindicalista, ao microfone, acusou Aprígio da violência. “Precisamos decidir isso, resolver o problema da obra. Agora, o prefeito mandar a polícia para bater em trabalhador não tem lógica”, protestou, sobre a suposta participação de guardas municipais, não fardados, na briga – o prefeito manteria GCMs à paisana a serviço do governo para oprimir críticos.
“A forma que os trabalhadores foram tratados na obra é uma vergonha para o município de Taboão da Serra”, enfatizou outro membro do sindicato, sobre o responsável pela cooperativa ser prefeito da cidade. Em outra manifestação considerada grave, o sindicalista que citou “polícia” disse, ao justificar a ida da Sitracon à prefeitura, que “se o gestor dele [de Aprígio] de obras está lotado na prefeitura, a prefeitura de Taboão é o braço da cooperativa”.
A fala evidenciaria o loteamento da prefeitura por parte de Aprígio como prática sistemática. O VERBO mostrou no dia 21 que o prefeito nomeou como funcionária a mulher de um vereador de São Lourenço da Serra, Ceará Pança (Republicanos). “Vamos ficar aqui até que o capitão, chamado Aprígio, resolva os problemas da obra dele”, disse o sindicalista. O Sintracon estendeu faixa de “greve geral” na grade da prefeitura e deu prazo até segunda-feira (4).
VEJA ‘QUEBRA PAU’ EM OBRA DA COOPERATIVA DE APRÍGIO E MANIFESTAÇÃO DO SINDICATO NA PREFEITURA
Videos – David da Silva (1)/Leonardo Almeida (2)/leitora do VERBO (3/4)