Aprígio derruba mais árvores na subprefeitura e divulga como se continuassem lá

Especial para o VERBO ONLINE

Futura subprefeitura com árvores em dezembro e já sem nesta semana, mas Aprígo ainda divulga equipamento com as árvores como se ainda intactas | Verbo/PMTS

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Após derrubar três árvores – e praticamente eliminar a praça – para fazer um estacionamento diante do Pronto-Socorro Infantil, no Trianon, o prefeito Aprígio (Podemos) cortou mais quatro unidades por considerar “estorvo” para outro equipamento que instalou, a Subprefeitura do Pirajuçara. Ironicamente, nesta Semana do Meio Ambiente, a gestão diz promover ações pela data. O próprio Aprígio foi posar para fotos em plantio de mudas em uma escola.

Há três meses, uma moradora do Jardim Mafalda denunciou ao VERBO a subtração do verde no PSI. “Aprígio [está] cortando as poucas árvores da praça para fazer estacionamento”, criticou. No local, este portal notou um caminhão “munck” da prefeitura com a carroceria coberta de galhos. O diretor da Defesa Civil de Taboão, Carlos Hueb, chegou ao endereço durante a permanência da reportagem e confirmou o corte de árvores, apesar de chamar de “entraves”.

“São construções que não têm necessidade neste momento, como esta mureta, duas árvores que tinham aqui, esta outra que está aqui. […] São três ao todo. […] Vai ser feita a compensação delas, […] tudo dentro da legalidade”, disse Hueb. Sobre a compensação ambiental, porém, ele disse que “é o Meio Ambiente que pode informar”. Indagado sobre a questão, o secretário Nílcio Regueira (Desenvolvimento Urbano, Habitação e Meio Ambiente) ignorou.

O jornalista David da Silva reprovou a ação, ao postar foto do local antes de o prefeito “destruir”. “Praça que o Aprígio destruiu para fazer estacionamento. Eu conheci dona Anízia, que dá nome a essa pracinha (Praça Anízia Paulino Saraiva) com árvores frondosas. Aprígio eliminou a UBS Trianon [mudou a destinação do prédio construído para ser posto de saúde]. E agora apaga a memória de uma moradora que deixou muitos amigos no Jd. Mafalda”, escreveu.

Logo após a publicação da reportagem sobre o corte de árvores no PSI, naquele mês, outro munícipe procurou este portal. “Na instalação da ‘Administração Regional’, no Pirajuçara, houve também a subtração de pelo menos três árvores na rua Felisbela Oliveira [Ferreira Missumos]”, disse o jornalista, ao se referir à subprefeitura. De fato. As árvores ficavam praticamente na esquina com a estrada Kizaemon Takeuti onde fica o imóvel da subprefeitura.

O VERBO fez fotos do local em dezembro do ano passado, quando o prédio começava a receber a reforma para ser transformado na subprefeitura. As árvores estavam lá. Não estão mais. Acontece que as espécies ficavam diante da lateral do equipamento onde a administração colocou a identificação da Secretaria de Planejamento e Gestão Estratégica, sediada também no espaço. Para o governo Aprígio, o verde estaria “atrapalhando” a visão da placa.

Mesmo após a inauguração da chamada “Regional”, em fevereiro, as árvores ainda “sobreviviam”. Só pouco depois, foram derrubadas. Tanto é que, curiosamente, a gestão Aprígio, ao divulgar ações da subprefeitura, usa ainda foto do equipamento como se as árvores estivessem lá, intactas – na imagem é possível ver a copa de parte das espécies antes de arrancadas. Questionado sobre a subtração do verde também no local, Nílcio mais uma vez não respondeu.

VEJA RELEASE RECENTE DA GESTÃO APRÍGIO COM A SUBPREFEITURA COM AS ÁRVORES, MAS JÁ ARRANCADAS

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