ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
No governo Aprígio (Podemos), pacientes da área da UBS (Unidade Básica de Saúde) Suiná (Pirajuçara) – de bairros como Jardim Roberto, Parque São Joaquim, Jardim São Salvador e Jardim Maria Luiza – voltaram a sofrer nesta segunda-feira (6) para marcar uma simples consulta ao ter que enfrentar longa fila ainda de madrugada por causa do número limitado de vagas devido a poucos médicos. Usuários do posto já tinham protestado na semana passada.
O martírio dos pacientes do posto é toda semana, no primeiro dia, único determinado pela Secretaria de Saúde sob Aprígio para agendar atendimento médico. Conforme postagem do jornalista David da Silva, do blog “Bar & Lanches Taboão”, ontem, a fila para marcar consultas na UBS Suiná começa na madrugada das segundas-feiras. “Nas outras três vezes cheguei às 6 horas e não tinha mais senhas. Hoje fui às 4h e saí de lá 8h30”, disse uma moradora.
Na postagem, uma mulher grava um vídeo em que mostra a fila enorme que começa em frente à UBS e desce a rua Albano Leite da Fonseca, até onde a vista e a câmera de celular não alcançam – com os moradores sob frio e à mercê de assaltantes, com a cidade sem ronda de viaturas da GCM nas ruas, vistas, quando muito, apenas nas avenidas. “Manda aí para a Secretaria da Saúde. Pouca vergonha. É o fim da picada”, reclamou, em meio à escuridão.
Na publicação, outros moradores reprovaram a gestão. “Um verdadeiro absurdo”, disse Juciara Almeida. “Lamentável, e o pior é que muitos aí com certeza saíram sem conseguir [marcar]”, observou Patricia Lima. A munícipe Ingrid Santos disse que é “triste ver toda a população passando por isso”. “Já não basta não ter uma ‘dipirona’ na farmácia da UBS, agora é necessário dormir na porta para ter o direito a uma consulta. Falta de empatia, descaso total”, falou.
Na segunda-feira retrasada, uma moradora do Jardim São Salvador procurou o VERBO para relatar que não pôde passar no clínico no Suiná. “A primeira desculpa deles foi a pandemia, até aí compreensivo. Agora alegam que é só um médico para atender e poucas senhas. Eles me disseram que começam a atender às 7h e orientaram a estar lá partir desse horário. Só que não tinha mais senha, já havia acabado. Fiquei de novo sem conseguir marcar”, disse.
“Isso porque eu teria sempre que ter acompanhamento médico por causa da minha pressão – que é alta -, o que não acontece. É um descaso para quem precisa de tal auxílio, infelizmente. E isso não está ocorrendo só comigo, tem pessoas que conheço que estão na mesma situação ou pior. Não está fácil. Tenho uma tia minha mesmo que está com mais de 65 anos e tem pressão alta e também não está conseguindo – e eu tenho 50 anos”, continuou.
A moradora reclamou ainda que uma prima com deficiência mental “vem sentindo dores na barriga”, mas não teve agendamento imediato com clínico na UBS. “É um absurdo não ter como ser consultado com o clínico, que é o médico fundamental para tratar da nossa saúde, que nos encaminha para as especialidades. Se não tiver como passar como ele, como a gente vai conseguir passar com os outros médicos de especialidades?”, advertiu.
Ela mandou fotos e vídeo de usuários na fila na UBS. “Gostaria que vocês pudessem me ajudar a divulgar o que está acontecendo na UBS Suiná. Gostaria que vocês publicassem para mim uma matéria, seria possível? É só pedindo ajuda de todas as maneiras, para ver se uma hora a gente consegue chegar nesse objetivo. Mais uma vez, obrigada”, finalizou. Questionado, o secretário José Alberto Tarifa (Saúde) não respondeu até a conclusão desta reportagem.
VEJA USUÁRIOS NA UBS SUINÁ NESTA 2 EM FILA DESDE A MADRUGADA PARA PODER MARCAR CONSULTA