ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O vereador Adalto Batista (PSDB), de Embu das Artes, sofreu um atentado ao ter uma janela apedrejada e o muro pichado com as palavras “vereador safado”, “arrombado”, “cúsão”, na noite de sábado para domingo, 23 e 24 de abril. Ele tem se posicionado contra “manobras” da base do prefeito Ney Santos (Republicanos) para livrar o presidente Renato Oliveira (MDB) de cassação por injúria racial e peculato. Os governistas dissidentes acusam ataque político.
Adalto avisou os vereadores na sessão na quarta-feira (27). “Quero comunicar o que aconteceu lá em casa, de sábado para domingo. Picharam meu muro e quebraram o vidro da janela”, disse. Ele se mostrou altivo. “Eu não vou me abater por isso. Levei 28 anos para ganhar a eleição e vou continuar o meu trabalho, erguer a cabeça e sair para rua para trabalhar pela população da minha região e de [toda] Embu das Artes. Fiz BO [boletim de ocorrência]”, declarou.
Em gesto de união entre os dissidentes, vereadores que romperam com Ney se solidarizaram com Adalto e indicaram motivação política. “Acredito que logo mais a polícia vai localizar, vai levantar os vândalos e principalmente a pessoa que ordenou fazer aquele vandalismo na casa do senhor”, disse Índio Silva (Republicanos), que se manifestou imediatamente, em aparte na fala do colega. “Para mim, isso [é coisa] de vândalos, é vandalismo”, respondeu Adalto.
Bobilel Castilho (PSC) também apontou tentativa de intimidação. “Como uma pessoa vai na casa do Adalto, picha, chamando de ladrão e vagabundo, taca pedra e quebra a casa do cara? Você acha que isso não é política? É a maior covardia do mundo atacar a família, porque não atacaram só o Adalto. Ele é um cara de uma simplicidade, de uma humildade. Só que a pessoa que fez isso não fez só com o Adalto, fez com todos os vereadores desta Casa”, afirmou.
Bobilel ressaltou que Adalto foi eleito após tentar por 28 anos. “Quando Deus dá a oportunidade, vão os vândalos na casa dele, tacam pedra e picham. Olha a situação a que estamos chegando nesta cidade. É ameaça para cá, ameaça para lá. Será que estamos lidando com políticos ou bandidos? Não vejo bandidos ameaçarem da forma que estão fazendo com o Adalto. Peço que as autoridades cacem e punam os vândalos, não deixem passar em vão”, declarou.
Gideon Santos (Republicanos) também apontou atentado ao indicar que Adalto foi alvo de outro método de pressão. “O senhor não faz nem parte da comissão [de Ética]. É manobra daqui, manobra dali, e não estão conseguindo [parar a apuração]. A mulher do Adalto está desesperada. A minha mulher, quando soube, foi para o hospital. Estou ficando muito preocupado. Quero saber do jurídico como pedir segurança para a comissão”, disse o presidente do colegiado.
O governista Betinho Souza (PSD) também repudiou o ataque. “É a maior covardia que se faz com o ser humano. Embate político é embate político. Quando se mexe com a família, não falta só com respeito com o Adalto, mas com os 17 vereadores”, disse. Ele, porém, foi o único a considerar a possibilidade de um membro da Casa estar envolvido. “Se foi feito por alguém daqui, tem que ser julgado, punido na lei”, falou. Adalto já removeu a pichação, após perícia.