‘Aprígio não tem condições de governar Taboão, o tempo mostrou’, diz Fernando

Especial para o VERBO ONLINE

Fernando, que disse que Aprígio não tem justificativa alguma para paralisar as obras e vai ter que arcar com a diferença de custo 'por erro que cometeu' | AO/Verbo

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Em entrevista ao VERBO na quinta-feira passada (21), o ex-prefeito Fernando Fernandes (PSDB) rebateu alegação de Aprígio (Podemos) de que contratou empresas que aceitaram executar as obras por menos do que custavam para depois abandonar e disse que o prefeito provocou a “defasagem” ao paralisar. Ele apontou que Aprígio não é do ramo, ao lembrar ter alertado que o rival “não tem condições para administrar” Taboão. “O tempo mostrou”, disse.

No mês passado, Fernando divulgou vídeo em que criticou Aprígio por paralisar as obras que iniciou, a UBS Laguna, o novo Ser, Complexo da Mulher e a ampliação do Centro de Referência de Saúde da Mulher. Aprígio convocou uma entrevista para responder e disse, entre outras alegações, que a gestão passada “maquiou” os custos. “No Centro de Referência da Mulher, a obra foi orçada na época por R$ 3 milhões. A emenda [verba] que veio foi pouco”, disse.

Fernando refutou a fala de Aprígio. “Não é verdade. Na concorrência foi calculado o preço. O que aconteceu é que ele fica com a obra [quase] dois anos parada, há toda uma defasagem, inflacionária [provocada pela inflação], de [aumento de] preço de materiais, de mão-de-obra. Logicamente, hoje, aquele recurso, com a obra parada, não será o suficiente”, explicou. “Mas tem que arcar com a diferença é ele, que paralisou as obras”, cobrou, em tom enfático.

Fernando disse que Aprígio não tem motivo aceitável para parar as obras e pontuou que mesmo na crise sanitária da covid-19 em 2020 tocou os projetos, ao rebater outra acusação do rival, de que paralisou obras antes de deixar a gestão. “Na pandemia, as obras não pararam, tiveram continuidade. Ele parou por conta e risco dele. Não dá para explicar porque até hoje há obras paradas. Ele vai ter que arcar com a diferença por erro que cometeu”, reforçou.

Logo no início da entrevista – que concedeu após participar de missa no Santuário Santa Terezinha -, Fernando frisou que a paralisação das obras “é muito séria” ao dizer que parte – UBS Laguna e Ser – é financiada. “É um recurso que conseguimos através de empréstimo junto à Caixa Econômica Federal, empréstimo esse que a prefeitura vai pagar. E paralisar as obras sem nenhum motivo, sem nenhuma justificativa é um ato contra o povo de Taboão”, afirmou.

Hoje subsecretário de Relacionamento com os Municípios do governo de São Paulo, o ex-prefeito fez avaliação negativa da gestão Aprígio, ao citar o novo “chefe” – ocupante do Palácio dos Bandeirantes desde o dia 1º. “O nosso governador, Rodrigo Garcia, tem uma frase muito inteligente, que diz o seguinte: ‘Quando você faz tudo certo, existe ainda um risco de dar errado. Agora, quando faz errado, não tem a menor chance de dar certo'”, disse, com sorriso.

Indagado se a eleição do prefeito foi um erro, Fernando apontou que Aprígio não é preparado para o cargo. “Eu tenho certeza que foi uma escolha errada. Aliás, eu sempre falei isso durante todo o tempo das eleições [em 2020]. Nada contra a pessoa dele, não estou fazendo juízo ético e moral. Eu sempre achei que ele não tinha condições de administrar a cidade e não tinha condições de montar um bom governo. Está aí, o tempo mostrou”, afirmou.

Diante da ponderação de que a população fez a escolha do novo prefeito, Fernando ressaltou que Aprígio saiu vitorioso com vantagem apertada – apenas 1.695 votos, e no segundo turno, para Daniel Bogalho (então PSDB), lançado pelo ex-prefeito. “Ele ganhou praticamente num empate, com diferença de mil votos. E eu respeito, sou um democrata. Respeito a decisão do povo. Mas está aí, não foi uma decisão correta, na minha opinião”, declarou.

Fernando disse crer que quem governa Taboão na prática são outras pessoas, e não Aprígio, como observam até parte dos aliados e correligionários do prefeito. “Eu acredito que o Aprígio sofre muitas influências, e não muito boas, no seu governo”, disse. Ele preferiu não identificar, mas reafirmou a certeza. “Eu não gostaria de ficar citando nomes, seria até injusto da minha parte falar um e não falar outro. Mas, enfim, o governo, como um todo, não vai bem.”

OUÇA ENTREVISTA DE FERNANDO; ‘APRÍGIO TEM QUE ARCAR COM DIFERENÇA POR ERRO DE PARALISAR OBRAS’

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