Em defesa ‘desesperada’ de Renato, Aline diz que racismo não existiu sem vídeo

Especial para o VERBO ONLINE

Aline ao dizer que o crime de injúria racial de que Renato é acusado 'não existe' apenas por não ter sido gravado, em defesa 'irracional' do aliado | Reprodução

ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

A vereadora Aline Santos (MDB), da “tropa de choque” do prefeito cassado Ney Santos (Republicanos) na Câmara de Embu das Artes, alegou que crime só existe quando é gravado, ao sair em defesa, considerada “desesperada”, do presidente Renato Oliveira, de seu partido. Em primeiro mandato, Aline tem feito falas incoerentes e até tidas como “tiro no pé”, como quando quis defender o governo e expôs ser omissa sobre “cabide de emprego” na prefeitura.

Renato foi indiciado por injúria racial, além de outros três crimes, após denúncia de que falou para um funcionário de condomínio no Rio de Janeiro que “negro fede”. A Comissão de Ética da Câmara abriu investigação por quebra de decoro pela ofensa de que Renato é acusado e também pelo presidente ter ido à capital fluminense, em férias, com carro oficial. Na sessão no dia 13, porém, Aline questionou a acusação contra o aliado, além de minimizar o fato.

Aline manifestou “repúdio” ao então deputado estadual Arthur do Val pela fala sexista contra as mulheres e ao vereador do Rio Gabriel Monteiro (PL) por “assédio sexual contra criança”. Em resposta, o governista dissidente Índio Silva (Republicanos) ironizou que “esqueceram de falar do presidente, [sobre quem] está correndo aqui na Câmara uma [investigação de] quebra de decoro. Aí é fácil”, disse, ao acusar incoerência da colega de só falar de outros casos.

Contrariada, Aline foi à tribuna e disse tachativamente, mesmo sem ter estado no local, que Renato não cometeu injúria racial apenas por falta de registro eletrônico. “Querer fazer comparação com algo que não existe? Eu não vi vídeo do presidente desta Casa. Cadê o vídeo, gente? Não existe vídeo! Eu quero ver o vídeo dele sendo racista”, disse. “Não vou compactuar com inverdades. Conheço o Renato desde 2016. Eu vou falar do que eu sei”, declarou.

Aline reforçou a posição. “Fazer um comparativo de um assédio sexual com algo que não existe, que dizem que é racismo, é um tanto preocupante, né? Eu vi [vídeo] com esses olhos que a terra há de comer o vereador do Rio beijando o pescoço de uma criança de 10 anos. Vou comparar com uma porcaria dessa, com algo que não existe, de racismo? Cadê o vídeo. Eu quero ver o vídeo”, afirmou. O relato da vítima, porém, é confirmado por testemunhas.

Índio interrompeu e fez fala que lembrou um fato e mostrou que a colega tem memória seletiva. “Essa é a verdadeira cultura do estupro”, disse. “O que ele falou?”, disse Aline, ao simular não saber do assunto. Índio evocou episódio em 2016 em que Renato, então assessor do vereador Ney, no gabinete, agarrou a coxa de uma adolescente e disse a frase de apologia ao crime sexual. Renato ficou irritado. Índio chegou a falar para mostrar o vídeo do episódio.

Na sessão em 30 de março, Aline fez a outra fala “esdrúxula”. Ao tentar desmoralizar Índio e o também dissidente Bobilel Castilho (PSC) ao evidenciar o grande número de apoiadores de ambos na galeria, ela expôs que Ney loteia a prefeitura. “Vi esta Câmara lotada. Quantos funcionários tem cada vereador que estavam aqui se queixando? 40, 50, 60? Como duas pessoas enchem uma Câmara com tantos cargos? Como assim, um cabidão de emprego?”, acusou.

Na ocasião, Bobilel foi quem “enquadrou” Aline. Lembrou que Renato recrutou dezenas de apoiadores funcionários da prefeitura que lotaram a Câmara no dia 3 de março para pressionar contra pedido para que fosse investigado pela Comissão de Ética, mas a colega ficou quieta. “Vereador puxa-saco de prefeito quer falar mal de vereador? Quer fazer média? Estava cheio de funcionário aí, levantando cartaz. Esse pessoal era de onde, de Santos, Ubatuba?”, disparou.

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Vídeo: Divulgação

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