ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O secretário de Segurança de Taboão da Serra atacou o próprio governo Aprígio (Podemos) ao desqualificar integrantes do primeiro escalão do Executivo municipal, auxiliares diretos do prefeito. Em postagem em rede social, Rodrigo Falcão disse no sábado (16) ter a pretensão de “acabar com a politicagem que alguns secretários pilantras querem fazer, usando o sangue de nossa GCM”, em fala que põe em dúvida a capacidade administrativa de Aprígio.
Falcão alegou querer os guardas civis municipais a serviço da Secretaria de Segurança. “Na data de hoje, requisitamos à @prefeituradetaboao de [sic] que todos os GCMs do nosso município que estejam emprestados a outras secretarias retornem imediatamente a seus postos para que possamos, assim, fortalecer o combate à criminalidade, além de acabar com a politicagem que alguns secretários pilantras querem fazer, usando o sangue de nossa GCM”, escreveu.
O secretário expõe que GCMs, mesmo após um ano e quatro meses de governo Aprígio, não atuam diretamente na segurança do cidadão, inclusive não trabalham. “Aqui não vai rolar. Lugar de GCM é na GCM e não vagabundeando na rua, alimentando tabloides, enquanto outros estão se matando pelo município para prestarem um serviço de excelência. Caça aos pilantras/vagabundos/safados/ladrões dos cofres públicos!!!!!! Concordam???”, finalizou.
Falcão foi nomeado oficialmente em agosto do ano passado, mas desde o início do governo Aprígio, em janeiro de 2021, manda na Secretaria de Segurança e na GCM. Ele, que é delegado da Polícia Civil, se “escondia” para não ser identificado como chefe da pasta ao não ter obtido licença do governo do Estado – em junho, na entrega da base da GCM no largo de Taboão, perguntado quatro vezes pelo VERBO se era o secretário, ele se esquivou e não respondeu.
Como secretário “oficialmente”, sem mais receio de se expor, Falcão reforçou a ação “hostil” contra pessoas do próprio governo que escolheu como desafetos, como o então secretário-adjunto de Segurança tenente Dacal, sob alegação de “pôr ordem” na secretaria, mas sem diálogo com auxiliares e comandados. Com um mês no cargo, ele praticamente expulsou Dacal da pasta ao tirar computador e mesa com cadeira que o adjunto usava para trabalhar.
Falcão busca passar a imagem de “eficiência”, mas, avaliam aliados de Aprígio, gosta de “holofotes” e acaba por gerar atritos internos “desnecessários”. No próprio governo, ele é considerado “problemático” – em menos de um mês como secretário “na prática”, em janeiro de 2021, ele protagonizou duas polêmicas, assédio moral contra uma guarda civil feminina e ter incentivado um GCM a “furar a fila” da vacinação contra covid-19, sem ser do grupo prioritário.
Pela primeira vez, porém, Falcão expõe a própria administração e causa mal-estar no Executivo, com “custo-benefício” já discutível. “Ele ataca o governo ao generalizar as acusações”, lamentou um secretário, reservadamente. Indagado pela reportagem sobre os secretários que estariam fazendo “politicagem” e seriam “pilantras”, Falcão alegou “atacar” apenas um, apesar de ter mencionado “alguns”. Mesmo assim, ele se esquivou mais uma vez e não disse o nome.
VEJA ‘POST’ EM QUE FALCÃO (SEGURANÇA) DIZ QUE GESTÃO APRÍGIO TEM ‘ALGUNS SECRETÁRIOS PILANTRAS’
