Aprígio tenta capitalizar obra, mas concessionária realiza interligação com metrô

Especial para o VERBO ONLINE

Aprígio vê planta de terminal; apesar de esforço do prefeito e auxiliares de capitalizarem projeto e promever aliado, obra é executada pela ViaQuatro | Divulgação

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

A obra do terminal de ônibus em construção no largo de Taboão para receber coletivo que interligará Taboão da Serra ao metrô Vila Sônia (zona oeste de SP), sem custo adicional na tarifa até a estação aos passageiros, é idealizada pelo Metrô e executada pela ViaQuatro, concessionária da linha 4-Amarela. O prefeito Aprígio (Podemos) tenta capitalizar como feito próprio, para tentar aplacar a reprovação ao governo e beneficiar candidato que apoia.

A revelação de que a ViaQuatro é a responsável pela obra foi feita pelo jornal “Atual”. O terminal está sendo construído na rua João Santucci, na Vila Santa Luzia (ao lado do portal de Taboão), onde ficava “ponto final” dos circulares do transporte municipal. A futura linha será operada também pela concessionária e fará a ligação gratuita com a estação Vila Sônia. Pelo projeto original, serão 13 ônibus que farão o percurso, em estimados 14 minutos.

Na prática, o passageiro ao utilizar o ônibus já fará o pagamento da tarifa do metrô, sem desembolsar mais nas catracas da estação Vila Sônia, onde desembarcará – não deverá haver paradas no trajeto entre Taboão e o destino. A expectativa é que 3 mil pessoas utilizem o serviço por hora. Segundo declarações do presidente do Metrô, Silvani Pereira, a operação plena da parada Vila Sônia, que incluiria o terminal em Taboão, deverá ocorrer em maio.

No canteiro de obra, na quinta-feira (24), um topógrafo da empresa a serviço da concessionária falou ao “Atual” sobre a construção do terminal. “É uma obra realizada pela ViaQuatro, que contratou a 4S e está fazendo todo o projeto de engenharia aqui. E nós quem fazemos a topografia”, disse o técnico, em indicação de que a execução ainda está na fase inicial. O governo Aprígio chegou a anunciar que a obra tinha começado um mês antes, em 25 de fevereiro.

Aliás, quatro dias antes, no dia 21, segundo o site “Metrô CPTM”, apesar de não ser o executor, Aprígio “palpitou” sobre o cronograma e previu a inauguração do terminal em abril. “O que nós esperamos é que no comecinho de abril essa interligação já esteja operando”, afirmou – o mês citado já se avizinha. Ele já tinha se “empolgado” antes. Em 14 de janeiro, ele postou que o “prazo estimado para entrega da obra é neste primeiro trimestre” – que já se finda.

Aprígio tenta passar a imagem de que é o responsável pela interligação com o metrô como “alento” diante das fortes críticas de que é alvo, especialmente na saúde, por conta de gestão ineficiente. A cada “anúncio” sobre o projeto do terminal, ele leva a “tiracolo” Eduardo Nóbrega (MDB), secretário de Manutenção, sem qualquer relação com a obra, enquanto a cidade está suja e com mato alto – Nóbrega também tem buscado “vitrine” de outras pastas “alheias”.

Na reunião com o Metrô em 12 de janeiro, Aprígio tirou Nóbrega da zeladoria da cidade para assistir a apresentação de plantas e andar pelo futuro canteiro de obras. No dia do “primeiro passo” para construção, em 25 de fevereiro, o secretário José Vanderlei (Transportes) chegou a fazer um vídeo com o colega e o parabenizou “pelo empenho e dedicação diuturna”, apesar de um “corpo estranho” à obra. Aprígio busca “eleger” Nóbrega deputado estadual.

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